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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

A ideia fundamental da pedagogia social

 


Na maioria das sociedades há problemas e desajustes que afetam de maneira muito especial os setores mais desfavorecidos. A pobreza extrema, o abandono escolar, a violência nas ruas e a falta de expectativa profissional são circunstâncias que têm relação direta com os grupos mais humildes. A pedagogia social é precisamente a disciplina que tenta corrigir todas as circunstâncias que afetam negativamente os grupos mais desprotegidos e, de maneira especial, as crianças.

A pedagogia social parte de um princípio geral: para que haja uma mudança na sociedade é necessário incorporar estratégias educativas que facilitem a transformação social. Em outras palavras, não há mudança social sem educação.





A partir da pedagogia social se realiza duras críticas às abordagens educativas convencionais


Para os profissionais desta área, o importante é que a educação deve ser entendida como uma ferramenta para transformar a sociedade e não como um sistema para legitimar as diferenças de classe social. Neste sentido, o modelo formativo proposto está baseado em ensinar conteúdos que promovam o desenvolvimento integral do aluno.

Para alcançar este objetivo o aluno deve sentir-se integrado a uma comunidade e os recursos didáticos e métodos de aprendizagem devem estar diretamente relacionados ao seu contexto social.

Na prática, os pedagogos desta corrente tratam de prevenir conflitos, corrigir deficiências na socialização dos indivíduos e favorecer a reinserção daqueles que sofrem de alguma forma de exclusão social.




Pedagogia Social - Conceito e o que é (conceitos.com)

https://conceitos.com/pedagogia-social/




sábado, 5 de setembro de 2020

Educação Formal e Educação não formal - diferenças entre duas educações

 

A educação na escola (educação formal) pode ser resumida como aquela que está presente no ensino escolar institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado. A educação não-formal, porém, define-se como qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que, normalmente, se realiza fora dos quadros do sistema formal de ensino, não se deve confundi-la com a informal, que é aquela na qual qualquer pessoa adquire e acumula conhecimentos, através de experiência diária em casa, no trabalho e no lazer.




"A primeira é formal por ter sido estabelecida pelo governo como educação padrão. Ela é praticamente obrigatória e se não seguir o padrão certamente lhe trará riscos, basta analisar como são feitos os filtros de contratação de profissionais nas empresas, a pessoa que esta recrutando recebe um currículo e a primeira coisa que ela faz é descer até o item Formação Acadêmica, se não for uma faculdade de primeira linha e um bom curso, o currículo automaticamente vai para o lixo.
A educação formal tenta transferir o conhecimento que o professor tem, e muitas vezes não tem, para o aluno, com a ajuda de livros e materiais de apoio. Durante uma hora ou mais o professor se dirige aos alunos falando sem parar. O grande problema é que o ser humano não consegue manter-se focado por muito tempo, muito do que é falado não é escutado, e muito pouco do que é escutado é aprendido. Não é a toa que a educação formal exige um esforço pessoal extra classe chamado lição de casa, só assim o aluno consegue realmente aprender o que foi ensinado."
Faremos também o destaque sobre o espaço e o tempo na escola necessário tanto para o educando quanto para o educador. Pois, este influenciará no ensino, na aprendizagem, na relação dos os membros escolares, desde o aluno até a coordenação na mesma.

A Educação na escola

A vivência do cotidiano escolar significa uma experiência de vida, localizada em um espaço, cuja materialização é muito objetiva. O conteúdo da experiência escolar varia de sociedades, de culturas, de escolas, de sujeitos.

Uma das tarefas mais complexas da coordenação pedagógica e dos dirigentes é reordenar os espaços, os tempos e o trabalho dos profissionais de modo a permitir que diferentes propostas pedagógicas se tornem realidade, acontecendo um processo real e complicado de comunicação entre os sujeitos. Ao organizar o tempo e o espaço escolar, não podemos perder na abstração das normas.

Para construir uma nova forma de organização dos tempos, é preciso superar a idéia de cronometrar o tempo, organizado em etapas em ascensão, calcado na tecnologia de aceleração, da qualidade total e da produtividade. Reorganizar o tempo na escola é dar aos alunos condições adequadas para pensar, agir e interagir com o conhecimento e com a vida.

Através de sindicatos e de fazer educativo no dia-a-dia escolar, os professores inovam o currículo, questionam o conteudismo das práticas pedagógicas, constroem projetos políticos-pedagógicos, recuperam a historia de vida dos alunos e da comunidade, interferem no processo de gestão e administração da escola, transgridem normas burocráticas e rígidas e indagam sobre a organização dos tempos e espaços.
A educação escolar tem como objetivo repassar conhecimentos segundo uma metodologia de ensino que opta pela fragmentação dos conteúdos e considera ser a retenção do aprendizado o objetivo final da atividade escolar, por mais que se insista em negar esse objetivo. O processo educacional relaciona-se com os fins da educação escolar. 
Quase todos os educadores têm consciência de que o objetivo da educação é a formação de sujeitos livres, autônomos, felizes e participantes da vida social, logo, cidadãos responsáveis.



Atualmente as exigências da educação são para o desenvolvimento e implemento de trabalhos escolares, nos quais os alunos sejam desafiados a pensar/refletir e a propor soluções para questões e problemas contemporâneos, sendo professor e aluno chamados de pesquisadores em interação.

O aluno deve desenvolver sua criatividade, sugerir, propor e solucionar problemas, levantar e reelaborar hipóteses, saber tomar decisões, desenvolver a capacidade de expressar por varias linguagens – trabalhando com diversas fontes de conhecimentos. Afinal, conhecer é descobrir a razão das coisas, é procurar soluções para o que não entendemos, é observar, questionar, registrar, analisar, generalizar.

Importante também à educação é a interdisciplinaridade, que é um principio mediador entre as diferentes disciplinas, elementos teórico-metodológico da diferença e da criatividade, de transversalidade que é um procedimento didático-pedagógico. Porém, não basta que se interagem conteúdos, a postura interdisciplinar envolve uma determinada forma de conceder e se relacionar com o conhecimento produzido socialmente. O envolvimento é condição para a prática de interdisciplinaridade. Um projeto de interdisciplinaridade de trabalho ou de ensino consegue captar a profundidade das relações conscientes entre as pessoas e entre pessoas e coisas.

Na reflexão dos princípios norteadores de uma prática interdisciplinar, é fundamental a compreensão de que a aprendizagem escolar é parte de um processo maior que é a vida social, na qual alunos e professores são sujeitos que compartilham espaços e tempos. Uma política interdisciplinar pressupõe uma renovação de idéias, valores e concepções. O que caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa: é a modificação num exercício de pensar.

A interdisciplinaridade pode ser dificultada de acordo com o tempo e o espaço no qual a escola é organizada.


EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL

Na educação não-formal a cidadania é o objetivo principal, e ela é pensada em termos coletivos, se dá por meio da prática social. A educação não-formal caracteriza-se por não ter a importar em desenvolver um currículo predefinido, que se faz principalmente baseado em desejos, necessidades e interesses das pessoas que constituem os grupos envolvidos em ações e práticas desse campo educacional.

As propostas da educação não-formal têm como objetivo central enriquecer a biografia dos indivíduos, ampliando a gama de vivências e experiências formativas de crianças, jovens, adultos e idosos. Nela destaca-se o encontro de gerações, a mistura de idades, a não obrigatoriedade de frequência e a ocorrência de ações e experiências em espaços e tempos mais flexíveis, não restritos ou fixados por órgãos reguladores.


Ela designa em um processo com diversas dimensões, que correspondem a suas áreas de abrangência, que são:

a) a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos;

b) a capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades;

c) a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos;

d) a aprendizagem dos conteúdos da escolarização formal, escolar, em formas e espaços diferenciados;

e) a educação desenvolvida na e pela mídia, em especial a eletrônica.

O que diferencia a educação não-formal da informal é que na primeira existe a intencionalidade de dados sujeitos em criar ou buscar determinadas qualidades e/ou objetivos, é define por uma ausência, em comparação ao que há na escola (algo que seria não-intencional, não-planejamento, não-estruturado), tomando como único paradigma à educação formal.


A educação informal decorre de processos espontâneos ou naturais, ainda que seja carregada de valores e representações, como é o caso da educação familiar, por exemplo, a educação transmitida pelos pais na família, no convívio com amigos, clubes, teatros, leitura de jornais, livros, revistas etc.

Para fins didáticos os campos da educação não-formal dividem-se em: destinado a alfabetizar ou transmitir conhecimentos que historicamente tem sido sistematizado pelos homens e mulheres, planejados para as clientelas sujeitos das ações educativas, com uma estrutura e uma organização distinta das organizações escolares, abrangendo a área que se convencionou chamar de educação popular e educação de jovens e adultos, e, abrange a educação gerada no processo de participação social, em ações coletivas não voltadas para o aprendizado de conteúdos da educação formal.



Cita Maria da Glória Gohn,

“Até os anos 80, a educação não-formal foi um campo de menor importância no Brasil, tanto nas políticas públicas quanto entre os educadores… Em alguns momentos, algumas luzes foram lançadas sobre a educação não-formal, mas ela era vista como uma extensão da educação formal, desenvolvida em espaços exteriores ás unidades escolares”. (p.91)

Antes esta educação era vista como uma união de processos esboçados de obtenção à participação indivíduos em áreas de extensão rural, animação comunitária, treinamento vocacional ou técnico, educação básica, planejamento familiar etc.

Nos anos 90, a educação não-formal alcançou modificação na economia, na sociedade e na área trabalhista, passando-se a estimular os processos de aprendizagem em grupos e a dar-se amplo destaque aos valores culturais que articulam as ações dos indivíduos. Falou-se de uma inovação na cultura organizacional que, em geral, exige a aprendizagem de habilidades extra-escolares. Têm colaborado também agencias e organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO, bem como alguns estudiosos.

No Brasil, a educação não-formal nos últimos anos, vem se caracterizando por propostas de trabalho voltadas para a camada mais pobre da população, promovidas pelo setor público ou idealizadas por diferentes segmentos da sociedade civil, muitas vezes em parceria, com o setor privado, desde ONGs a grupos religiosos e instituições que mantêm parcerias com empresas. A divulgação também vem sendo explorada pela atuação da educação não-formal, preocupação e ações relativas a questões que envolvem a ecologia e problemas com o meio ambiente.

DISTINÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO-FORMAL





Concluo que a sociedade, independente do grau de conhecimento que ela obtenha, tem que haver educação formal tanto quanto educação não-formal. Pois, não é limitado o lugar de aprendizagem, obtemos novos conceitos numa leitura de um livro assim como numa simples conversa amigável – (informal).

A educação não-formal, apesar de apontar e oferecer outras possibilidades diferentes das escolares, não burocratizadas, menos hierarquizadas, mais rápidas e algumas propostas mais econômicas, não deve tomar para si a salvação do sistema formal de ensino. Nesse caso, estaria contribuindo, inclusive para o desmanche da escola pública e para a desresponsabilização estatal/pública para com esse setor.

Penso que, tanto as oportunidades de acesso à formação e aquisição de conhecimentos oferecidos pela escola devem ser acessíveis a todos, como também as oportunidades oferecidas pelas diversas propostas de educação não-formal, favorecendo um trânsito democrático e igualitário dos “usuários” dessas diferentes e importantes vivências de socialização e formação.


A educação escolar ou a não-formal é como deveria ocorrer de fato, independente do contexto em que se dá o processo educacional, ele ocorra com qualidade (ou ao menos com a melhor qualidade dentro das possibilidades oferecidas e determinadas pelo momento sócio-histórico em questão). É de extrema importância deixar claro quais são essas condições, quais são os limites impostos por elas e quais as alternativas para superá-las.

Foi, e é o momento de redefinição de papeis, resignificação e reconstrução das identidades institucionais. Cabe salientar que o surgimento da educação não-formal não se dá com o objetivo de ocupar o espaço ou substituir o papel da educação formal e da informal, mas para dividir e partilhar os diferentes fazeres desse novo tempo.


A educação tem que ser livre, no espaço e no tempo, pois, o importante é o aprendizado necessário. Se possível de forma interdisciplinar.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre o associativo do terceiro setor. São Paulo: Cortez, 2001.



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Escola da Ponte - a autonomia dos alunos .


O processo de aprendizagem é um processo coletivo. 
Os alunos planeiam as suas próprias atividades e a organização do seu tempo; a aquisição e criação de conhecimento é parte de um processo de crescente autonomia e de responsabilização. 
Para José Pacheco, a educação “convencional” é ter crianças do século XXI com professores do século XX a trabalhar como no século XIX. Um modelo que não produz conhecimento, que põe os professores doentes e que cria analfabetos funcionais. 
Por contraponto, propõe uma Escola em que todos se reconhecem em objetivos comuns, em que não se obriga cada um, seja professor ou aluno, a ser igual a todos os outros. 
Uma escola que estimula a possibilidade de se existir como pessoa livre, consciente e criativa.








sábado, 3 de agosto de 2019

Desenvolvimento da sociedade a partir da escola


“Às vezes falamos como se não houvesse alternativa para um mundo de luta e competição, e como se devêssemos preparar nossas crianças e jovens para essa realidade. Tal atitude se baseia num erro e gera um engano.

Não é a agressão a emoção fundamental que define o humano, mas o amor, a coexistência na aceitação do outro como um legítimo outro na convivência. Não é a luta o modo fundamental de relação humana, mas a colaboração.”

Humberto Maturana

Apesar de vivermos numa sociedade cada vez mais competitiva, que disputa de forma  selvagem (quase sempre de uma forma irracional) desde vagas num estacionamento até posições em processos seletivos para acesso ao ensino superior ou a cargos de empresas, educadores e pesquisadores de todo o mundo reafirmam o pensamento de Maturana (1988)¹. Ele destaca que as práticas colaborativas e cooperativas são primordiais: “é preciso aprender a olhar e escutar sem medo de deixar de ser, sem medo de deixar o outro ser em harmonia, sem submissão.”



Em contexto escolar, desenvolver relações harmoniosas entre os alunos é essencial para a aprendizagem, em todos os níveis de ensino. A competência geral de número 9 da Base Nacional Comum Curricular, inclusive, nos fala em “exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos (…)”. Mas como podemos, na prática, desenvolver a cooperação, a colaboração e a harmonia das relações em sala de aula?

As metodologias ativas de aprendizagem, por exemplo, preveem como objetivo práticas colaborativas: aprendizagem baseada em problemas e em projetos, educação maker, game based learning (aprendizagem baseada em jogos) etc. Todas, de algum modo, potencializam o engajamento dos educandos em seu próprio processo de aprendizagem e estimulam a interação entre eles e com os educadores, tornando a relação professor/alunos mais democrática e significativa. 



Contudo, é preciso considerar que, permeando todas essas possibilidades de práticas e metodologias, inscreve-se a importância do desenvolvimento de habilidades e competências para se lidar bem com os aspectos emocionais que surgem nas interações de sala de aula. Pouco adianta um professor solicitar um projeto a ser realizado em grupo, por exemplo, visando a interação entre os alunos, se os aspectos socioafetivos desse processo não são considerados, se o diálogo respeitoso e a escuta atenta do outro nas conversações não são levados em conta, e se o que se estimula é apenas a competição, em vez da colaboração para se chegar à resolução de um conflito/problema ou ao cumprimento de uma meta. Além disso, é preciso que os educandos se sintam confortáveis e seguros ao exporem suas ideias e opiniões, e sejam estimulados a desenvolverem sua criticidade no decorrer de qualquer prática pedagógica.

Assim, verificamos que o que realmente sustenta um processo de aprendizagem significativo pelos educandos, garantindo um ambiente colaborativo, instigante e emocionalmente seguro, é o desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais. Nesse contexto, o cuidado com as emoções que emergem na relação professor/alunos é fundamental, tanto para a construção de um clima relacional que proporcione bem-estar para educandos e educadores, como para que o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos ocorra de maneira eficiente e contextualizada.




Referência

¹MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Tradução: José Fernando Campos Fortes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.

sábado, 11 de novembro de 2017

Educadora cria projeto “Proteção Animal na Escola”



A educadora Daniella Muruce lançou um projeto para divulgar em algumas escolas públicas e particulares na Grande Vitória, ES a necessidade da iniciação entre crianças e adolescentes sobre a proteção animal.

Daniella Muruce é professora de educação física, personal trainer e apaixonada por animais. Ela participa de um grupo de proteção animal conhecido como “Adoção Gatos da UFES” – grupo que atua no campus da UFES em prol dos animais.
Daniella Maruce enfatizou que o projeto Proteção Animal na Escola tem como objetivo conscientizar as crianças e os adolescentes em relação ao tema proposto. “É um projeto sem fins lucrativos, que tem como ideal formar cidadãos do bem, integrados numa sociedade preocupada com todos os seres vivos”. 


A iniciativa surgiu através do convite de uma pedagoga de uma escola na Serra, que solicitou na unidade de saúde que trabalho uma palestra para as crianças e adolescentes. “Analisando a situação crítica que vivem os animais nas ruas e a falta de conhecimentos sobre os cuidados básicos que necessitam os animais, escolhi o tema proteção animal. Após obter resultados positivos nas primeiras palestras, resolvi criar o projeto para atender outras escolas também”. Esclareceu Daniella.


“A palestra é realizada de forma voluntária, não tendo custo algum para a instituição. Na minha opinião acredito que a conscientização das crianças e adolescentes em relação ao assunto proposto, tem como objetivo formar cidadãos do bem, formadores de opinião, integrados numa sociedade preocupada com todos os seres vivos. Respeitar um ser indefeso, é tornar o coração sensível a toda forma de amor de precisa de ajuda”. Os assuntos abordados são: missão, venda de animais, adoção, posse responsável, castração, maus tratos, abandono, resgate, dentre outros. O público alvo é de 10 a 15 anos (sendo adaptado também para o público adulto e em breve para o público infantil). A duração de cada palestra é de 50 minutos. 

https://www.facebook.com/protecaoanimalnaescola





Alunos do ensino fundamental criam projeto para ajudar animais abandonados e soltos nas ruas

Alunos do ensino fundamental criam projeto para ajudar animais abandonados e soltos nas ruas Ceni Aparecida / Arquivo Pessoal/Arquivo Pessoal
"Eles têm apenas oito anos, mas já sabem da importância dos cuidados com os animais. Foi esse espírito solidário que fez os alunos do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Maria Emília de Paula, em Sapiranga, desenvolverem um projeto para ajudar cães abandonados e soltos nas ruas. "
"Responsável pelo projeto, a professora Ceni Aparecida Alves da Silva conta que a ideia surgiu em uma conversa em sala de aula para decidir o tema do projeto de pesquisa que seria realizado na turma. Na oportunidade, duas alunas levantaram a sugestão de falar sobre animais. Um citou animais abandonados, a outra, animais soltos nas ruas. Para dar conta dos dois assuntos, criaram uma sigla bem sugestiva: Patass (Projeto animais que transitam soltos em Sapiranga).
– É muito positivo ver eles trazendo assuntos como esses para a sala de aula. Eles são muito maduros. Tenho certeza que irão se tornar cidadãos do bem – se orgulha Ceni.
Antes de tirar a ideia do papel, os alunos fizeram uma pesquisa com os colegas da escola e descobriram que o número de animais de estimação supera em três vezes o número de alunos. Perceberam então, que poderiam expandir a proposta para fora da sala de aula.
— O nosso objetivo principal era apenas conscientizar sobre os cuidados para que eles soubesse como tratar os animais que têm em casa. Mas eles foram além disso e envolveram todos os professores, os pais e a comunidade local. Estou muito feliz porque o sonho de todo professor é ver a comunidade envolvida com a escola – alegra-se Ceni.
Como primeiro passo do projeto fora da escola, a turma formada por 22 alunos promoveu a campanha intitulada "Cuide bem do seu amigo". Com a confecção de panfletos saíram às ruas para incentivar a adoção de animais abandonados e conscientizar sobre a importância de não deixar os animais de estimação soltos nas ruas. "
http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2016/06/alunos-do-ensino-fundamental-criam-projeto-para-ajudar-animais-abandonados-e-soltos-nas-ruas-6029078.html

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Programas para ensinar competências emocionais ajudam a resolver problemas nas escolas







Especialistas em inteligência emocional, uma área da Psicologia, garantem que ensinar os alunos a conhecerem e a regularem as suas emoções é a melhor forma de potenciar resultados escolares e resolver problemas de indisciplina.
Trata-se da nossa capacidade para perceber, expressar e compreender e regular as emoções. A sociedade está mais ciente do potencial da inteligência emocional (IE). “Quando há 25 anos a IE se popularizou era um novo ideário, agora há imensa pesquisa que a suporta como um conceito bem estabelecido na área da psicologia”, explica John Pellitteri, presidente da Sociedade Internacional de Inteligência Emocional (ISEI, na sigla inglesa). Não é de estranhar, por isso, o aumento do número de programas de aprendizagem na área da inteligência social e emocional. 

Como o célebre programa desenvolvido por Marc Brackett, diretor do Centro de Inteligência Emocional de Yale e professor no Centro de Estudos da Criança de Yale, o “Ruler” foi adotado em quase mil escolas públicas e privadas nos EUA, Austrália, Inglaterra, Itália, México e Espanha. É aqui no país vizinho, mais precisamente na região da Andaluzia, que Rosário Cabello, psicóloga, e Pablo Fernández-Berrocal, diretor do Laboratório das Emoções, ambos professores na Universidade de Málaga, estão a aplicar um outro programa designado por “Intemo+”, já testado em dois mil adolescentes espanhóis. 

“Há uma grande necessidade a ser preenchida com a IE nas escolas”, constata John Pellitteri. Mas “para ter professores e diretores de escolas envolvidos nestas questões é preciso mudar o seu estado de espírito”, alerta. “Têm de perceber que as emoções são importantes e não podem ser ignoradas. Só depois se pode começar a pensar em incorporar estes programas nas nossas escolas.” 











Por onde começar? “Não basta ensinar algumas competências do mesmo modo que ensinamos numa aula de História ou Matemática. Tem de haver um compromisso de toda a escola em colocar o foco nas emoções”, explica Marc Brackett. Razão pela qual o “Ruler” tem uma abordagem sistémica. “É preciso mudar todo o sistema da escola. É a melhor maneira de desenvolver as competências emocionais e atingir melhores resultados, melhores relações e menos problemas disciplinares.” 

A Sociedade Internacional de Inteligência Emocional (ISEI) reuniu-se em congresso no Porto, durante quatro dias. Foi o sexto encontro, desde que Pablo Fernández-Berrocal organizou, em 2007, o primeiro, na cidade de Málaga. A ISEI tem representação em Portugal, através da diretora regional Luísa Faria, professora na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto onde se realizou este encontro. 

O presidente da ISEI deu por si a enumerar, um a um, os 42 países representados no Congresso de Inteligência Emocional deste ano. Da Argentina, passando pela Índia, Jamaica aos EUA. “É muito fácil perceber porque necessitamos da IE na sociedade”, explicava ao Observador: “Se olharmos para a economia, condições sociais de vida das pessoas, todos os conflitos no mundo, genocídios, guerras, conflitos internacionais, há tantas áreas onde não existem apenas emoções negativas, mas também uma regulação pobre de emoções.” 











Rosário Cabello, psicóloga, pertence à equipa que durante três anos aplicou o programa Intemo+ a dois mil alunos, com idades entre os 12 e os 17 anos, na Andaluzia. Os resultados mostraram a eficácia do programa na resolução de problemas com o uso de drogas ou a indisciplina. Bastou uma hora por semana e um protocolo rígido. Começava com o resumo da sessão anterior. Seguia-se a introdução da habilidade a desenvolver. Por exemplo, a perceção da emoção – uma das quatro ramificações da IE, que incluiu ainda a facilitação, a compreensão e a regulação. Depois, exercícios em que os jovens trabalhavam a conexão da habilidade com a vida real. E, no final, a recapitulação da sessão numa frase-chave. 

Após seis meses do fim do programa, uma avaliação comprovava aos investigadores, que os resultados obtidos não só se mantinham como aumentavam. O que tinha acontecido? “Os alunos tinham assimilado os conteúdos das sessões e estavam a por em prática o que tinham aprendido”, diz Cabello, com a dose merecida de entusiasmo: “Conseguimos promover a saúde mental destes alunos!” 

O que aprenderam estes adolescentes nesta viagem pelas emoções? O “Intemo+” tem uma atividade que ensinou os alunos a reconhecerem as expressões faciais de cada emoção básica. Elas são sete: medo, tristeza, felicidade, surpresa, nojo, raiva e desprezo. É importante conseguir identificá-las nos rostos daqueles com quem interagimos. Usam-se fotografias de pessoas reais, retiradas, por exemplo de filmes. Se o programa for aplicado a crianças as imagens terão de ser adaptadas. Há quem defenda o uso de rostos de desenhos animados. Outros alegam que assim é mais difícil fazer os mais pequenos percecionar as expressões reais. 










Compreender a utilidade das emoções e o seu significado são as etapas seguintes. Qual o estado mais adequado para fazer a revisão final de um trabalho para entregar na escola? A euforia não será, com certeza. A depressão faz-nos ver tudo negativo, num grau “mais leve” ajudará a detetar os erros. Como o aluno se deveria sentir para fazer melhor um exame? Tristeza, talvez não. Mas um pouco de tensão certamente evitará alguma distração. Com estas interrogações, Cabello reitera que “saber como usar a emoção é um aspeto muito importante na facilitação emocional”. 

Imagine-se, agora, um outro cenário. Um aluno estudioso recebe uma nota negativa. Que emoção deve sentir? Definitivamente, surpresa. No entanto, esse mesmo aluno é capaz de ir ter com o professor e em vez de se expressar surpreso, mostrar-se furioso. O que despoletará no docente uma reação de defesa e afastamento. 

Voltando atrás. Se o mesmo aluno for capaz de chegar junto do professor e manifestar surpresa, a situação terá um desfecho mais positivo. Porventura, resultado da IE do aluno. Veja-se o quadro completo, segundo Rosário Cabello: “A priori não se justifica que o aluno se aborreça perante a nota negativa. Depois de ver o teste com o professor, a posteriori, talvez tenha motivos para se aborrecer, por exemplo, se perceber que cometeu erros que não devia ou se verificar que o erro foi do professor.” 

Apesar dos resultados, a equipa do Laboratório das Emoções da Universidade de Málaga continua a encontrar resistência nas escolas para intervir. Percebe-se porquê? “Os professores, os diretores e as escolas têm muito trabalho”, constata Cabello. Tanto em Espanha como em Portugal, as escolas são chamadas a atuar em várias frentes. Seja na prevenção do uso de drogas ou da violência na abordagem à sexualidade ou na promoção de bons hábitos alimentares. Tudo cabe dentro das paredes escolares. A IE também quer ganhar o seu espaço. 

Perguntamos se um programa de IE poderia ser a chave para a resolução de muitos destes problemas? “Sim, claro!”, responde Rosário Cabello. “Melhorando a IE podemos também diminuir o consumo de drogas, os comportamentos agressivos, o distúrbios alimentares, porque na base de muitos dos problemas que se geram na adolescência está uma desordem emocional.” Mostrar isso às escolas tem sido o maior desafio para quem trabalha nesta área. 

Desafios não faltam a Marc Brackett, diretor do Centro de Inteligência Emocional, professor no Centro de Estudos da Criança de Yale. Publicou mais de 100 artigos académicos sobre IE e as suas pesquisas têm sido bastante premiadas. Numa dessas pesquisas, Brackett inquiriu estudantes de Yale, professores do ensino público e privado espalhados pelos EUA, funcionários de 50 empresas americanas e centenas de crianças, sobre como se sentiam. As respostas pouco variaram, todos se sentiam cansados, stressados e sobrecarregados, indicando, segundo Brackett, “um mau sinal para o futuro”. 



“Com sentimentos constantes de stress, cansaço e aborrecimento, o cérebro não consegue gerar novas ideias ou ser criativo”, explica Brackett. Além disso, “a maneira como nos sentimos influencia a nossa tomada de decisões. A emoção também conduz a nossa qualidade relacional. O aborrecimento na cara de um entrevistado para um emprego não gera no empregador a vontade de o contratar”. 

Todos sabemos que existem dois tipos de stress, um é bom, o outro mau. Quando Brackett conduziu entrevistas intensivas no grupo de estudantes de Yale verificou que o stress que os afetava era do pior tipo. Os estudantes tinham a perceção de ter feito um grande esforço para entrar naquela prestigiada instituição. No entanto, sentiam que não pertenciam ali. 

Quando os investigadores perguntaram, em alternativa, como se queriam sentir? A resposta surpreendeu. Talvez porque seria de esperar que se quisessem sentir entusiasmados, com energia, alegres. Mas não. Queriam sentir-se amados. “Essa necessidade tem a ver com um sentimento de solidão. Os estudantes sentem-se um produto da educação recebida dos pais, das escolas e chegam à universidade sem identidade”, explica o psicólogo e professor. 
Olhando para os inquéritos realizados às crianças, Brackett explica que os seus níveis de stress são superiores aos dos adultos. E conta a história de uma professora que lhe pedia ajuda com um menino de 12 anos. O rapaz confessava-se preocupado por todos os seus colegas estarem stressados e ele não. 












Como fechar o fosso emocional? É a mesma velha questão de sempre, explica Brackett. “Quando tentamos introduzir a IE num ambiente, a emoção tem de ser valorizada. Mas em muitos contextos a emoção ainda é vista como uma coisa má. Se a cultura de uma escola torna os alunos e os professores cansados e aborrecidos, tentar falar de IE é difícil”, conclui. 

Os mais céticos talvez ainda se interroguem sobre o que fazer com todos os sentimentos? “Podemos usar pensamentos e ações para prevenir, reduzir, iniciar emoções para promover o crescimento pessoal, construir relações, atingir metas e maior bem-estar”. A isto chama-se regular ou gerir emoções e é o que Brackett ensina através do “Ruler” que “não é apenas um programa de IE, mas um modo de colocar a IE no sistema imunitário de qualquer organização”. Essa organização pode ser a escola. 

“É subestimado o quanto as pessoas precisam destas competências emocionais e da regulação emocional.” A quem nunca ouviu falar em IE, Brackett tranquiliza: “A IE é um conjunto de competências, estão localizadas no nosso cérebro, e nunca é cedo ou tarde de mais para as aprender e desenvolver.” E acrescenta: “Promover a IE pode ajudar a construir um mundo onde as pessoas são mais felizes e saudáveis.” Em relação aos mais novos: “Fazer com que as crianças se sintam confortáveis ao experimentarem todas as emoções.” Pablo Fernández-Berrocal, fundador do Lab Emotion na Universidade de Málaga, Espanha, psicólogo desenvolve, programas de inteligência emocional em vários ambientes, escolas e empresas, assegura que “a regulação emocional não é fácil, mas que a inteligência emocional ajuda a evitar erros estúpidos”. Mas está sobretudo preocupado com o impacto da regulação emocional das crianças na sua vida futura. Citando um estudo realizado na Nova Zelândia, em mil crianças seguidas durante 30 anos, o investigador explicou como menos regulação emocional, se relaciona com uma saúde pior, menores rendimentos e mais participações em crimes. 

A necessidade de levar a IE para dentro das escolas seria confirmada pelos resultados sobre o bem-estar dos alunos, avaliados pelo PISA 2015, que mostravam que 19% dos estudantes da OCDE reportavam terem sido vítimas de bullying várias vezes no último mês, mais de 50% sentia-se ansioso, mesmo quando estavam bem preparados para os exames. “Estes alunos pontuam menos a Ciências e estão mais insatisfeitos”, lembra Berrocal. Brackett concorda: “Depois destes resultados é preciso incluir a IE nas escolas assim que possível”. Em Espanha, Berrocal e a equipa do Lab Emotion estão a fazer isso. 

Em Portugal, as experiências de programas de promoção de competências socio-emocionais em ambientes educativos acontecem em intervenções realizadas por académicos, investigadores e estudantes de mestrado e doutoramento. Existem, alguns, adianta Luísa Faria, coordenadora regional para a Europa da ISEI e professora na área da psicologia. São “programas desenhados para alunos do pré-escolar, do primeiro ciclo e para adolescentes e que permitem treinar as emoções, a regulação, a expressão a perceção emocional e que apresentam várias situações fictícias e reais do quotidiano que os alunos discutem e sobre as quais tomam posições”. 

Mas há muito espaço para a educação socio emocional nas escolas portuguesas. Um programa ao nível nacional “ajudaria muito”, garante Luísa Faria acrescentando que “a evidência científica da psicologia tem demonstrado que a inteligência emocional é fundamental para que as pessoas possam ser mais felizes, produtivas, integradas e capazes de transformar os seus contextos de vida”. 

E este é um aspeto particularmente importante, tendo em conta a instabilidade da vida da maioria dos jovens, diz Luísa Faria. “Hoje em dia os jovens saem das faculdades e não sabem bem o que os espera do ponto de vista profissional, têm de criar os seus próprios empregos e ter um conjunto de habilidades, não apenas cognitivas, mas cognitivo-sociais e cognitivo-emocionais. É fundamental para poderem construir percursos de vida mais saudáveis.”