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sábado, 5 de setembro de 2020

Educação Formal e Educação não formal - diferenças entre duas educações

 

A educação na escola (educação formal) pode ser resumida como aquela que está presente no ensino escolar institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado. A educação não-formal, porém, define-se como qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que, normalmente, se realiza fora dos quadros do sistema formal de ensino, não se deve confundi-la com a informal, que é aquela na qual qualquer pessoa adquire e acumula conhecimentos, através de experiência diária em casa, no trabalho e no lazer.




"A primeira é formal por ter sido estabelecida pelo governo como educação padrão. Ela é praticamente obrigatória e se não seguir o padrão certamente lhe trará riscos, basta analisar como são feitos os filtros de contratação de profissionais nas empresas, a pessoa que esta recrutando recebe um currículo e a primeira coisa que ela faz é descer até o item Formação Acadêmica, se não for uma faculdade de primeira linha e um bom curso, o currículo automaticamente vai para o lixo.
A educação formal tenta transferir o conhecimento que o professor tem, e muitas vezes não tem, para o aluno, com a ajuda de livros e materiais de apoio. Durante uma hora ou mais o professor se dirige aos alunos falando sem parar. O grande problema é que o ser humano não consegue manter-se focado por muito tempo, muito do que é falado não é escutado, e muito pouco do que é escutado é aprendido. Não é a toa que a educação formal exige um esforço pessoal extra classe chamado lição de casa, só assim o aluno consegue realmente aprender o que foi ensinado."
Faremos também o destaque sobre o espaço e o tempo na escola necessário tanto para o educando quanto para o educador. Pois, este influenciará no ensino, na aprendizagem, na relação dos os membros escolares, desde o aluno até a coordenação na mesma.

A Educação na escola

A vivência do cotidiano escolar significa uma experiência de vida, localizada em um espaço, cuja materialização é muito objetiva. O conteúdo da experiência escolar varia de sociedades, de culturas, de escolas, de sujeitos.

Uma das tarefas mais complexas da coordenação pedagógica e dos dirigentes é reordenar os espaços, os tempos e o trabalho dos profissionais de modo a permitir que diferentes propostas pedagógicas se tornem realidade, acontecendo um processo real e complicado de comunicação entre os sujeitos. Ao organizar o tempo e o espaço escolar, não podemos perder na abstração das normas.

Para construir uma nova forma de organização dos tempos, é preciso superar a idéia de cronometrar o tempo, organizado em etapas em ascensão, calcado na tecnologia de aceleração, da qualidade total e da produtividade. Reorganizar o tempo na escola é dar aos alunos condições adequadas para pensar, agir e interagir com o conhecimento e com a vida.

Através de sindicatos e de fazer educativo no dia-a-dia escolar, os professores inovam o currículo, questionam o conteudismo das práticas pedagógicas, constroem projetos políticos-pedagógicos, recuperam a historia de vida dos alunos e da comunidade, interferem no processo de gestão e administração da escola, transgridem normas burocráticas e rígidas e indagam sobre a organização dos tempos e espaços.
A educação escolar tem como objetivo repassar conhecimentos segundo uma metodologia de ensino que opta pela fragmentação dos conteúdos e considera ser a retenção do aprendizado o objetivo final da atividade escolar, por mais que se insista em negar esse objetivo. O processo educacional relaciona-se com os fins da educação escolar. 
Quase todos os educadores têm consciência de que o objetivo da educação é a formação de sujeitos livres, autônomos, felizes e participantes da vida social, logo, cidadãos responsáveis.



Atualmente as exigências da educação são para o desenvolvimento e implemento de trabalhos escolares, nos quais os alunos sejam desafiados a pensar/refletir e a propor soluções para questões e problemas contemporâneos, sendo professor e aluno chamados de pesquisadores em interação.

O aluno deve desenvolver sua criatividade, sugerir, propor e solucionar problemas, levantar e reelaborar hipóteses, saber tomar decisões, desenvolver a capacidade de expressar por varias linguagens – trabalhando com diversas fontes de conhecimentos. Afinal, conhecer é descobrir a razão das coisas, é procurar soluções para o que não entendemos, é observar, questionar, registrar, analisar, generalizar.

Importante também à educação é a interdisciplinaridade, que é um principio mediador entre as diferentes disciplinas, elementos teórico-metodológico da diferença e da criatividade, de transversalidade que é um procedimento didático-pedagógico. Porém, não basta que se interagem conteúdos, a postura interdisciplinar envolve uma determinada forma de conceder e se relacionar com o conhecimento produzido socialmente. O envolvimento é condição para a prática de interdisciplinaridade. Um projeto de interdisciplinaridade de trabalho ou de ensino consegue captar a profundidade das relações conscientes entre as pessoas e entre pessoas e coisas.

Na reflexão dos princípios norteadores de uma prática interdisciplinar, é fundamental a compreensão de que a aprendizagem escolar é parte de um processo maior que é a vida social, na qual alunos e professores são sujeitos que compartilham espaços e tempos. Uma política interdisciplinar pressupõe uma renovação de idéias, valores e concepções. O que caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa: é a modificação num exercício de pensar.

A interdisciplinaridade pode ser dificultada de acordo com o tempo e o espaço no qual a escola é organizada.


EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL

Na educação não-formal a cidadania é o objetivo principal, e ela é pensada em termos coletivos, se dá por meio da prática social. A educação não-formal caracteriza-se por não ter a importar em desenvolver um currículo predefinido, que se faz principalmente baseado em desejos, necessidades e interesses das pessoas que constituem os grupos envolvidos em ações e práticas desse campo educacional.

As propostas da educação não-formal têm como objetivo central enriquecer a biografia dos indivíduos, ampliando a gama de vivências e experiências formativas de crianças, jovens, adultos e idosos. Nela destaca-se o encontro de gerações, a mistura de idades, a não obrigatoriedade de frequência e a ocorrência de ações e experiências em espaços e tempos mais flexíveis, não restritos ou fixados por órgãos reguladores.


Ela designa em um processo com diversas dimensões, que correspondem a suas áreas de abrangência, que são:

a) a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos;

b) a capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades;

c) a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos;

d) a aprendizagem dos conteúdos da escolarização formal, escolar, em formas e espaços diferenciados;

e) a educação desenvolvida na e pela mídia, em especial a eletrônica.

O que diferencia a educação não-formal da informal é que na primeira existe a intencionalidade de dados sujeitos em criar ou buscar determinadas qualidades e/ou objetivos, é define por uma ausência, em comparação ao que há na escola (algo que seria não-intencional, não-planejamento, não-estruturado), tomando como único paradigma à educação formal.


A educação informal decorre de processos espontâneos ou naturais, ainda que seja carregada de valores e representações, como é o caso da educação familiar, por exemplo, a educação transmitida pelos pais na família, no convívio com amigos, clubes, teatros, leitura de jornais, livros, revistas etc.

Para fins didáticos os campos da educação não-formal dividem-se em: destinado a alfabetizar ou transmitir conhecimentos que historicamente tem sido sistematizado pelos homens e mulheres, planejados para as clientelas sujeitos das ações educativas, com uma estrutura e uma organização distinta das organizações escolares, abrangendo a área que se convencionou chamar de educação popular e educação de jovens e adultos, e, abrange a educação gerada no processo de participação social, em ações coletivas não voltadas para o aprendizado de conteúdos da educação formal.



Cita Maria da Glória Gohn,

“Até os anos 80, a educação não-formal foi um campo de menor importância no Brasil, tanto nas políticas públicas quanto entre os educadores… Em alguns momentos, algumas luzes foram lançadas sobre a educação não-formal, mas ela era vista como uma extensão da educação formal, desenvolvida em espaços exteriores ás unidades escolares”. (p.91)

Antes esta educação era vista como uma união de processos esboçados de obtenção à participação indivíduos em áreas de extensão rural, animação comunitária, treinamento vocacional ou técnico, educação básica, planejamento familiar etc.

Nos anos 90, a educação não-formal alcançou modificação na economia, na sociedade e na área trabalhista, passando-se a estimular os processos de aprendizagem em grupos e a dar-se amplo destaque aos valores culturais que articulam as ações dos indivíduos. Falou-se de uma inovação na cultura organizacional que, em geral, exige a aprendizagem de habilidades extra-escolares. Têm colaborado também agencias e organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO, bem como alguns estudiosos.

No Brasil, a educação não-formal nos últimos anos, vem se caracterizando por propostas de trabalho voltadas para a camada mais pobre da população, promovidas pelo setor público ou idealizadas por diferentes segmentos da sociedade civil, muitas vezes em parceria, com o setor privado, desde ONGs a grupos religiosos e instituições que mantêm parcerias com empresas. A divulgação também vem sendo explorada pela atuação da educação não-formal, preocupação e ações relativas a questões que envolvem a ecologia e problemas com o meio ambiente.

DISTINÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO-FORMAL





Concluo que a sociedade, independente do grau de conhecimento que ela obtenha, tem que haver educação formal tanto quanto educação não-formal. Pois, não é limitado o lugar de aprendizagem, obtemos novos conceitos numa leitura de um livro assim como numa simples conversa amigável – (informal).

A educação não-formal, apesar de apontar e oferecer outras possibilidades diferentes das escolares, não burocratizadas, menos hierarquizadas, mais rápidas e algumas propostas mais econômicas, não deve tomar para si a salvação do sistema formal de ensino. Nesse caso, estaria contribuindo, inclusive para o desmanche da escola pública e para a desresponsabilização estatal/pública para com esse setor.

Penso que, tanto as oportunidades de acesso à formação e aquisição de conhecimentos oferecidos pela escola devem ser acessíveis a todos, como também as oportunidades oferecidas pelas diversas propostas de educação não-formal, favorecendo um trânsito democrático e igualitário dos “usuários” dessas diferentes e importantes vivências de socialização e formação.


A educação escolar ou a não-formal é como deveria ocorrer de fato, independente do contexto em que se dá o processo educacional, ele ocorra com qualidade (ou ao menos com a melhor qualidade dentro das possibilidades oferecidas e determinadas pelo momento sócio-histórico em questão). É de extrema importância deixar claro quais são essas condições, quais são os limites impostos por elas e quais as alternativas para superá-las.

Foi, e é o momento de redefinição de papeis, resignificação e reconstrução das identidades institucionais. Cabe salientar que o surgimento da educação não-formal não se dá com o objetivo de ocupar o espaço ou substituir o papel da educação formal e da informal, mas para dividir e partilhar os diferentes fazeres desse novo tempo.


A educação tem que ser livre, no espaço e no tempo, pois, o importante é o aprendizado necessário. Se possível de forma interdisciplinar.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre o associativo do terceiro setor. São Paulo: Cortez, 2001.



Licenciatura em Educação - de que forma atua na nossa sociedade.

 


Licenciatura em Educação - competências

 


sábado, 29 de agosto de 2020

 



"O diretor do SESC, Danilo Miranda, opina sobre o caráter educativo da instituição, discutindo sobre
educação não formal e do que ele acha fundamental dentro de um local educativo"




"Qual o carater educativo que nós temos?

"Como funciona a educação não formal?



O que é a escola do futuro?


"O fundamental é a convivência e a preparação para a vida, é o conhecimento de muitas coisas e muitos elementos dentro de um carater educativo muito mais amplo
com muitos outros elementos que complementam a educação"






quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Licenciatura em Educação

 

 

Licenciatura 
em 
Educação

Forma profissionais com o estatuto de técnicos superiores de Educação/Formação capazes de intervir em diversos contextos educativos, dotando-os com saberes e competências que lhes permitem:


Observar e an​alisar contextos socioeducativos

- de organizações com valências educativas e formativas
-de atividade​s onde existam dimensões de educação,
- de formação e de aprendizagem ao longo da vida;

Desempenhar funções de apoio na 
identificação de problemas educaciona​is
,

1.      no desenho curricular de cursos,

2.      na planificação,

3.      organização,

4.      gestão 

5.      avaliação de programas e projetos,

6.      na formação de educadores

7.      e agentes de desenvolvimento local,

8.      na ​animação socioeducati​va,

9.      na intervenção comunitária e

10.   na mediação.



                                   

 Este Ciclo de Estudos confere ao Licenciado em Educação 
saberes e competências que o capacitam para atuar 
dentro e fora do Sistema Educativo,
 
designadamente:

Ø  ao nível da Educação,

Ø  da Formação,

Ø  da Gestão da Formação,

Ø  da intervenção Sociocomunitária e

Ø  da Mediação Educacional.





O licenciado em Educação desenvolve competências para desempenhar,
 entre outras, funções ao nível de:

1.   -  educação e formação para a cidadania;
 formação (pedagógica) de formadores, conceção de projetos e de programas de formação e de intervenção socioeducativa;
 formação em desenvolvimento pessoal, profissional e social, educação e formação de adultos, educação comunitária e animação cultural;
 intervenção socioeducativa junto de grupos de risco, integração social e mediação;
 direção, coordenação e supervisão em organismos ou entidades, públicas e privadas, ligadas à:   educação, formação, animação e desenvolvimento comunitário, o que inclui o caso dos centros sociais e da Segurança Social.
 formação (pedagógica) de formadores, conceção de projetos e de programas de formação e de intervenção socioeducativa;
 formação em desenvolvimento pessoal, profissional e social, educação e formação de adultos, educação comunitária e animação cultural;
 intervenção socioeducativa junto de grupos de risco, integração social e mediação;
 direção, coordenação e supervisão em organismos ou entidades, públicas e privadas, ligadas à:   educação, formação, animação e desenvolvimento comunitário, o que inclui o caso dos centros sociais e da Segurança Social.
 formação (pedagógica) de formadores, conceção de projetos e de programas de formação e de intervenção socioeducativa;
 formação em desenvolvimento pessoal, profissional e social, educação e formação de adultos, educação comunitária e animação cultural;
 intervenção socioeducativa junto de grupos de risco, integração social e mediação;
 direção, coordenação e supervisão em organismos ou entidades, públicas e privadas, ligadas à:   educação, formação, animação e desenvolvimento comunitário, o que inclui o caso dos centros sociais e da Segurança Social.




segunda-feira, 14 de maio de 2018

Academias do Conhecimento - Gulbenkian - Concurso/ Desafio

Fundação vai destinar 10 milhões de euros, durante cinco anos, para um programa dedicado ao conhecimento. Parte deste investimento irá para associações ou colectivos que se proponham a desenvolver as competências sociais e emocionais de crianças e jovens. Darão origem às Academias do Conhecimento.


Uma previsão do Fórum Económico Mundial diz que quatro em cada cinco crianças que entram hoje na escola terão empregos que ainda não existem. Não sendo possível prepará-las com base num currículo para um conteúdo que nem sequer existe, como se faz? Trabalhando-lhes a resiliência, o pensamento crítico, a capacidade de organizar, construir e discernir. 


A resposta é da Fundação Calouste Gulbenkian que vai apoiar associações, colectivos e autarquias com 2,5 milhões de euros nos próximos cinco anos para que desenvolvam este tipo de competências nos mais novos. Para os preparar para o Futuro. Para isso, a fundação vai abrir candidaturas (a partir de 17 de Maio) para organizações da sociedade civil. As instituições com as melhores propostas vão receber formação e mentoria, transformando-se naquilo a que a Gulbenkian chama “Academias do Conhecimento”. 

No prazo de cinco anos, a fundação quer chegar a 100 associações, 10 mil crianças e jovens até aos 25 anos e trabalhar com eles o pensamento crítico, a capacidade de “resolver problemas complexos em climas de grande incerteza”, o trabalho em equipa, a resiliência, a superação da frustração e a capacidade de lidar com a mudança. 
Em suma, as chamadas soft skills, enumera Pedro Cunha, director-adjunto do programa que chancela as academias, o Gulbenkian Conhecimento.
A maior certeza que temos quanto ao emprego do futuro é que tudo vai mudar. E a única forma de nos prepararmos é reforçando as competências que melhor nos habilitam para esse futuro que é desconhecido”, sublinha o gestor de projetos.
Há dados que o comprovam: de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, metade dos postos de trabalho actuais na Europa estão em risco devido à automação e 40% das competências-chave do futuro não são as mesmas de hoje, fez notar o Banco Mundial.
O gestor de projectos desconstrói também a ideia de que estas competências são inatas. 
“Vivemos com a crença, que não tem validade científica, de que a personalidade não se desenvolve. Mas estudos comprovam que estas características não só se desenvolvem como podem superar o impacto que limitações cognitivas ou determinantes socioeconómicos têm no sucesso de alguém”, afirma Pedro Cunha. Quer com isto dizer que um jovem com grande capacidade de comunicação, resiliente, que reage bem à mudança pode ser mais bem-sucedido do que outro com quociente de inteligência superior ou com origem num meio económico mais favorecido.
A Gulbenkian procura, desta forma, complementar o trabalho das escolas, nunca substituí-lo. As academias assentam na ideia de que a educação não é uma competência exclusiva do sistema educativo formal. E, para além de serem “uma aposta nos jovens, são uma forma de valorizar e reconhecer o tecido social português”, acredita o gestor de projectos. “A investigação demonstra que estas associações, que fazem um trabalho muitas vezes silencioso, desenvolvem as competências que hoje mais valorizadas são no mercado."


Como concorrer às Academias do Conhecimento
Quem pode concorrer?
O projecto dirige-se a organizações sem fins lucrativos que actuam junto de crianças e jovens até aos 25 anos. Podem ser associações, colectividades, clubes desportivos, escolas de músicas, escuteiros, ou consórcios de associações, juntas de freguesia e câmaras municipais. Há também espaço para as escolas que, em parceria com organismos locais, “queiram ir além do currículo puro e duro”.
Como vão funcionar?
As Academias do Conhecimento destinam-se a promover em crianças e jovens competênciais sociais e emocionais. E isso pode acontecer em dois moldes. Ou com uma metodologia própria ou utilizando uma validada cientificamente, sendo que para esta primeira edição a Gulbenkian identificou quatro métodos. Um destina-se ao desenvolvimento de competências sociais em crianças até aos quatro anos; outro promove em jovens a partir dos dez anos a capacidade de estabelecer um objectivo e persegui-lo de forma organizada; um outro modelo visa a produção do pensamento criativo, através da resolução de desafios, desde o ensino básico ou superior; e existe ainda que metodologia ensina os jovens a identificar problemas, encontrar soluções e concretizá-las.
Cada um destes métodos tem, em Portugal, uma entidade responsável que fará a formação dos profissionais, a mentoria e a avaliação dos projectos: a Universidade de Coimbra, a Universidade do Minho, o Torrance Center e a Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa.A expectativa da fundação é validar cientificamente os novos métodos que surjam deste trabalho.
Qual o financiamento?
Há 2,5 milhões de euros para cinco anos. Cada projecto, que deve durar entre dois a três anos, pode receber até 30 mil euros (até 60% do custo total).
Qual o prazo de candidaturas?
Nesta primeira edição as candidaturas estão disponíveis de 17 de Maio a 11 de Junho e podem ser feitas no site das Academias Gulbenkian do Conhecimento (que estará disponível a partir de dia 17).
Quantas vagas há?
Todos os anos, durante cinco anos, abrirão candidaturas. Não há vagas limitadas.
Importa, por isso, chegar a elas. A fundação assume que quer sair de Lisboa e apoiar no processo de candidatura. “Queremos dar a vez às organizações do Portugal real. E aí não existem especialistas em candidaturas e são quase todos voluntários.” Por isso, numa primeira fase pede-se apenas “uma ideia muito genérica” do projecto. A fundação dá depois consultoria para que as autoras das melhores ideias construam uma candidatura que venha a ser aprovada pela Gulbenkian. “Vamos apoiar as melhores ideias, não as candidaturas tecnicamente melhores”, reforça Pedro Cunha.
10 milhões de euros
Este é um dos quatro eixos de acção – e o primeiro a arrancar – no âmbito de um programa maior, que a fundação assume como um dos seus maiores projectos dos últimos anos. Sucede ao Inovar em Saúde. E surge da percepção de que a sociedade está “encantada com a tecnologia”, mas “desvaloriza o homem por detrás da máquina”. O que leva a Gulbenkian a disponibilizar um total de 10 milhões de euros para “investir naquilo que faz de nós humanos, onde nunca teremos competição das máquinas”, sustenta Pedro Cunha.
Para além das academias, o Gulbenkian Conhecimento terá oficinas (concursos de ideias), desafios (dando continuidade ao projecto que propõe a adopção de mudanças comportamentais com vista à melhoria dos sistemas, como é exemplo a iniciativa Stop Infecção Hospitalar) e um laboratório de conhecimento, que assenta na ideia de que "o amanhã é para pensar hoje".
Este é um programa que, aos olhos da Gulbenkian, marca uma mudança de rumo: o afastar dos meios institucionais de poder com que tinha vindo a trabalhar, para se aproximar da sociedade civil e procurando tornar-se “numa instituição relevante para os jovens”.
https://www.publico.pt/2018/05/14/sociedade/noticia/gulbenkian-tem-25-milhoes-de-euros-para-chegar-as-organizacoes-do-portugal-real-1829662