sábado, 17 de agosto de 2019

O Educador Social no contexto escolar



"O Educador Social atua como um agente de transformação, pois cabe a ele atuar, junto aos educandos, com o objetivo de uma significativa mudança na comunidade. 

Educar é promover o desenvolvimento intelectual social e ético. A função deste Técnico é proporcionar a um grupo ou classe, a possibilidade de transformação de vida, através da EDUCAÇÃO (não formal), que é capaz de reduzir desigualdades e aumentar possibilidades, criando assim verdadeiros sentimentos de cidadania participativa, que é a ferramenta capaz de promover transformações significativas e profundas na sociedade."


Para Noguero e Solís (2003) o Educador Social marca a forma de trabalho no grupo, proporcionando ferramentas necessárias (atitudes, valores, capacidades, motivação, etc.) para que a autonomia do mesmo cresça progressivamente (…) (p. 7). A sua figura tem um caráter “eventual” no tempo de vida do grupo com o qual trabalha e, por conseguinte, trata de facilitar em todo o momento que o grupo aprenda e adquira os meios necessários para uma autogestão individual e coletiva (p. 7).


Para que o processo de transformação ocorra, é necessária, a dedicação e profissionalismo de um Educador Social, é um trabalho que assenta num projeto, onde atua com os membros da comunidade, de forma a desenvolver uma atitude que promova a sua continuidade. É de realçar, que a prioridade destes projetos, não é impor ideias a um grupo, é acima de tudo procurar que os membros destes grupos exponham as suas ideias e dessa forma, em conjunto, propor soluções.
Não podemos pensar a escola independente da sociedade na qual ela se insere. O que acontece no ambiente escolar é mais que uma analogia a situações sociais mais amplas; é um reflexo da sociedade no seu todo. 

 Os problemas e situações atuais da contemporaneidade relacionam-se diretamente aos encontrados nas escolas, através dos relatos de professores, porém não tem existido respostas por parte da comunidade escolar, muitas das vezes legando essas competências aos mesmos, ou a funcionários que dão apoio nos recreios e nas limpezas. O resultado tem sido visível e cada vez mais urge dar espaço a estes Técnicos. A atuação multidisciplinar de um Educador Social aparece como imprescindível, a importância de lidar com questões mais profundas de maneira que o ensino supere, este vazio sem sentido , para os jovens e crianças.







sexta-feira, 16 de agosto de 2019

A importancia do diálogo

Você fala uma coisa, mas as pessoas parecem distorcer o que diz? Você se desgasta ao lidar com assuntos delicados ou se irrita ao ouvir críticas ou cobranças dos outros? Estamos permanentemente enfrentando desafios ligados à qualidade e ao impacto dos nossos processos comunicativos. 
Mas como lidar com tudo isso?

Ao nos depararmos com assuntos delicados, a nossa vontade geralmente é de querer amenizar ao máximo todo e qualquer tipo de desconforto. Estaremos a comunicar com assertividade?
A assertividade é a capacidade de nos expressarmos de forma clara, direta e objetiva, utilizando métodos que façam com que o outro entenda com exatidão aquilo que queremos dizer. Uma pessoa com essa característica é positiva, demonstra autoconfiança e sabe manifestar sua opinião de forma transparente. Essas virtudes cooperam para que ela se comporte com mais equilíbrio e segurança ao tomar decisões e executar suas ações.

Características do comunicador assertivo

A comunicação é uma excelente ferramenta para o desenvolvimento das relações humanas, seja em âmbito pessoal ou profissional. Existem alguns fatores capazes de influenciar na sua eficiência e a assertividade é um deles.
Assim, para que um indivíduo se torne um comunicador assertivo e crie um canal de transmissão de mensagem efetivo é importante estar atento a alguns pontos e características. Veja quais são os principais abaixo:


Inteligência emocional

Deve passar as informações que deseja de forma clara, mas também, deve ouvir atentamente e com calma quando o outro estiver falando. E ainda deixar de lado as emoções que podem ser sabotadoras para o momento.

Atenção aos gestos

É importante ter atenção ao tipo de gestos que você irá fazer, pois eles devem combinar com o que você está transmitindo e não ao contrário.

Sentimento do discurso

Lembre-se de que é essencial que a suas palavras faladas ou escritas exibam a emoção que você realmente quer passar. Para isso, utilize a sua própria segurança, confiança e, principalmente, honestidade.

Coerência

Não adianta nada apenas falar o que todos devem ser ou fazer e não seguir o próprio conselho. Muito do que os outros aprenderem com você será por meio de exemplos.

Motivação

Na comunicação, o comportamento não assertivo raramente consegue fazer com que atinjamos o nosso objetivo. A pessoa que não o executa prejudica os negócios, pois há possibilidade de ocorrer falhas, que resultam na queda da produtividade e retrabalho, além de causar transtornos no relacionamento entre os colegas e os clientes.

Respeito

É fundamental ter respeito por tudo, especialmente seu público. Cuidado com as piadas, observações ou comentários preconceituosos, racistas, machistas e assim por diante. Se você não sabe se o seu discurso ou texto está com toques de preconceito ou não, é só mudá-lo. Além de demonstrar respeito, você evita ruídos, conflitos, desentendimentos e agressividade.

Caminhos alternativos

 Ela consegue expressar a discordância e a insatisfação fazendo relação direta ao comportamento ou situação e não à pessoa.
Quando não envolvemos um lado que não deveria estar envolvido em nossa comunicação organizacional, no caso o pessoal, demonstramos respeito e evitamos constrangimento ou ansiedade. Ou seja: é possível conseguir o que quer ou precisa sem dominar, humilhar ou insultar o outro.


Solução de situações dificultosas

Um profissional que usa da assertividade consegue chegar à uma conclusão em relação à resolução rápida de problemas, relacionamento interpessoal entre todos na empresa, contribuindo, assim, para o aumento da motivação, para um ambiente em que todos possam expressar suas ideias e reduzindo os conflitos da equipe.

Como se comunicar com assertividade?

O desenvolvimento desse tipo de comunicabilidade não é uma tarefa fácil, pois muitos profissionais possuem comportamentos negativos que impedem que ela flua da maneira correta. Por conta disso, separei algumas dicas para que você desenvolva tal habilidade. Continue a leitura e confira:

Tenha conhecimento do que fala

Evite falar sobre assuntos que você não tem um real conhecimento. Busque informações em fontes confiáveis, leia bastante, tenha domínio sobre a sua fala e treine sua capacidade de argumentação. Quando você aborda um tema não muito conhecido, seus argumentos podem ser fragilizados pelo ouvinte, caso ele tenha mais conhecimento que você.

Busque por capacitação

Para ter conhecimento sobre o que você fala, nada mais coerente do que buscar por capacitação constante sobre o seu trabalho e a função que você desempenha na empresa.

Saiba quando falar

Preste atenção quanto ao momento certo para você expressar a sua opinião. Mesmo se o que você tem a dizer for importante, você deve perceber a hora certa para manifestar suas ideias. Falar na oportunidade errada pode acabar comprometendo o seu discurso.


Seja intermediador

Caso alguém do seu ambiente de trabalho tenha dificuldade para se comunicar, ajude-o em tal tarefa e sempre motive todos a sua volta a potencializar as melhores formas para se comunicarem.

Seja claro e direto

Nada mais óbvio na comunicação assertiva, do que você ir direto ao ponto. Nesse sentido, exponha suas ideias sem perder tempo em detalhes, pois isso dispersa a atenção de quem está ouvindo. Porém, tenha cuidado para não deixar nenhuma informação importante passar, para que assim a outra parte compreenda bem o que você quer dizer e realize o trabalho conforme você está solicitando.

Cuidado com a linguagem

Muitas pessoas focam na linguagem escrita e não dão a devida atenção a linguagem oral. Quando não utilizada de forma adequada, a nossa fala pode gerar dupla interpretação, sendo assim, use argumentos claros, defenda seu ponto de vista com flexibilidade, aceite as críticas construtivas e não use gírias, abreviações ou palavras de baixo calão.

Expressão corporal

Fique atento à linguagem corporal, pois a comunicação também é formada pelo uso do corpo. Transmitimos mensagens e sinais o tempo todo durante uma conversa, nossos olhos e gestos também comunicam. Mostre-se seguro, tenha uma expressão corporal coerente com a sua fala, haja com naturalidade, controle suas emoções e demonstre calma em todo o seu discurso.




Use a empatia 

Pense em como seria estar no lugar do outro enquanto se comunica. Dessa forma, você demonstra respeito pelo próximo e gera uma troca de informações eficaz. A comunicação assertiva, quando bem implementada, gera assuntos objetivos e relevantes.




https://www.ibccoaching.com.br/portal/rh-gestao-pessoas/comunicacao-assertiva-desenvolva-comunicacao-clara-reduza-conflitos/


sábado, 3 de agosto de 2019

Desenvolvimento da sociedade a partir da escola


“Às vezes falamos como se não houvesse alternativa para um mundo de luta e competição, e como se devêssemos preparar nossas crianças e jovens para essa realidade. Tal atitude se baseia num erro e gera um engano.

Não é a agressão a emoção fundamental que define o humano, mas o amor, a coexistência na aceitação do outro como um legítimo outro na convivência. Não é a luta o modo fundamental de relação humana, mas a colaboração.”

Humberto Maturana

Apesar de vivermos numa sociedade cada vez mais competitiva, que disputa de forma  selvagem (quase sempre de uma forma irracional) desde vagas num estacionamento até posições em processos seletivos para acesso ao ensino superior ou a cargos de empresas, educadores e pesquisadores de todo o mundo reafirmam o pensamento de Maturana (1988)¹. Ele destaca que as práticas colaborativas e cooperativas são primordiais: “é preciso aprender a olhar e escutar sem medo de deixar de ser, sem medo de deixar o outro ser em harmonia, sem submissão.”



Em contexto escolar, desenvolver relações harmoniosas entre os alunos é essencial para a aprendizagem, em todos os níveis de ensino. A competência geral de número 9 da Base Nacional Comum Curricular, inclusive, nos fala em “exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos (…)”. Mas como podemos, na prática, desenvolver a cooperação, a colaboração e a harmonia das relações em sala de aula?

As metodologias ativas de aprendizagem, por exemplo, preveem como objetivo práticas colaborativas: aprendizagem baseada em problemas e em projetos, educação maker, game based learning (aprendizagem baseada em jogos) etc. Todas, de algum modo, potencializam o engajamento dos educandos em seu próprio processo de aprendizagem e estimulam a interação entre eles e com os educadores, tornando a relação professor/alunos mais democrática e significativa. 



Contudo, é preciso considerar que, permeando todas essas possibilidades de práticas e metodologias, inscreve-se a importância do desenvolvimento de habilidades e competências para se lidar bem com os aspectos emocionais que surgem nas interações de sala de aula. Pouco adianta um professor solicitar um projeto a ser realizado em grupo, por exemplo, visando a interação entre os alunos, se os aspectos socioafetivos desse processo não são considerados, se o diálogo respeitoso e a escuta atenta do outro nas conversações não são levados em conta, e se o que se estimula é apenas a competição, em vez da colaboração para se chegar à resolução de um conflito/problema ou ao cumprimento de uma meta. Além disso, é preciso que os educandos se sintam confortáveis e seguros ao exporem suas ideias e opiniões, e sejam estimulados a desenvolverem sua criticidade no decorrer de qualquer prática pedagógica.

Assim, verificamos que o que realmente sustenta um processo de aprendizagem significativo pelos educandos, garantindo um ambiente colaborativo, instigante e emocionalmente seguro, é o desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais. Nesse contexto, o cuidado com as emoções que emergem na relação professor/alunos é fundamental, tanto para a construção de um clima relacional que proporcione bem-estar para educandos e educadores, como para que o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos ocorra de maneira eficiente e contextualizada.




Referência

¹MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Tradução: José Fernando Campos Fortes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.