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terça-feira, 30 de maio de 2017

A linguagem dos afetos e as crianças

 


"Fale de forma bondosa comigo, sem levantar a voz, mas com a firmeza de quem pode me convencer de tudo o que sou capaz de fazer. Fale comigo com sorrisos mais uma vez, para que eu aprenda rápido que neste mundo manda o amor, e não o medo. Presenteie-me palavras de afeto sempre que puder para que eu possa dominar o quanto antes a linguagem das emoções…
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Vivette Glover, psicobióloga perinatal do Imperial College de Londres, afirma que a educação emocional começa desde que o bebê está no útero materno. Pode parecer algo surpreendente e até mesmo difícil de acreditar, mas durante o terceiro semestre de gestação o bebê é muito sensível às vozes que escuta do mundo exterior. O líquido amniótico é um grande condutor do som, e embora o feto não compreenda a linguagem como tal, ele tem uma grande sensibilidade pela carga emocional decorrente desses tons, dessas palavras.
Quando chegamos ao mundo, estamos intimamente vinculados à voz da nossa mãe e a esse mundo emocional que a acompanhou ao longo desses meses delicados de gestação. Não somos, portanto, estrangeiros em terra estranha. O bebê já sabe do grande poder que a linguagem afetiva tem. Na verdade, Michel Odent, famoso obstetra francês, nos recorda que assim como devemos nos preocupar com que as revisões médicas sejam cumpridas, também é importante dar atenção ao mundo emocional da grávida.
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O mesmo ocorre com a criança de 2, 3 ou 5 anos. Podemos dar o melhor a ela, boas roupas, alimentação equilibrada, brinquedos que reforcem sua estimulação precoce… No entanto, se não a nutrirmos de afeto, de segurança e confiança através de uma linguagem sábia em emoções, essa criança não crescerá como deve. Seu cérebro irá desenvolver carências e experimentar vazios que, quando chegar à adolescência, serão preenchidos de outra forma.
As palavras não matam, mas têm um grande poder para ferir. Todos sabemos disso, todos já vivemos isso de alguma forma, no entanto, apesar de sabermos muito bem disso, às vezes descuidamos da forma como nos dirigimos aos nossos filhos pequenos e até mesmo adolescentes. A linguagem tem o poder de criar um tipo de arquitetura determinada nos cérebros mais jovens, e isso é algo que como pais, mães, avós ou educadores, jamais devemos descuidar.
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Uma palavra má, um desprezo, um “você faz tudo errado”“você é o mais burro da sala” ou um “você me sufoca, me deixa em paz”, deixa uma marca no mundo emocional da criança até o ponto de gerar estados de stress ou até mesmo depressão infantil.
Experiencias realizadas no centro de Atlanta Speech School demonstram que algo tão simples como fazer uso da linguagem positiva promove atitudes mais comprometidas nos alunos. Isso os encoraja, acima de tudo, a ter uma visão mais positiva de si mesmos para se superarem.
O mais complicado de tudo isso é que, lamentavelmente, nem todos os pais são hábeis na hora de fazer uso de uma linguagem emocional afetiva e transcendente. Falar “bonito” requer intuição, vontade, tempo, paciência e, acima de tudo, ter se curado como mulher ou como homem para poder exercer uma paternidade digna, respeitosa e que permita a essa criança não só crescer em altura, como também em segurança, autoestima e inteligência emocional.
Daniel Goleman explica-nos no seu livro “Inteligência Emocional Infantil e Juvenil” que às vezes os adultos chegam a abusar do reforço positivo até o ponto de fazê-lo perder todo o seu valor. As crianças diferenciam muito bem a autenticidade do cansaço ou da simples falta de interesse.
Quando o pai ou a mãe diz que “sim, é mesmo um desenho muito bonito” para o seu filho de 8 anos sem nem sequer olhar para o próprio caderno porque está com pressa, essa criança não fica com a mensagem. Ela fica com a atitude dos pais. Porque um “fale com bondade comigo” não é fazer uso dos chavões positivos de rigor. É nos determos, é atender e, acima de tudo, saber conectar.
A comunicação afetiva tem como principal estratégia este mesmo elemento: saber se conectar com a mente, com as emoções e com o cérebro dos nossos filhos. Nós explicamos como fazer isso.
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Princípios para se conectar com os filhos através da linguagem emocional

Às vezes, quase sem percebermos, fazemos uso de estratégias muito pouco pedagógicas com as crianças. Deve ser dito, porém, que não fazemos isso com má intenção. Simplesmente não entendemos ainda como as crianças processam as informações ou que necessidades elas têm em cada etapa do seu crescimento pessoal.
Estas são algumas estratégias simples.
  • Evite os discursos longos. Se você tem que ensinar algo ao seu filho, fazer uma correção ou explicar-lhe alguma coisa em concreto, lembre-se da regra dos 30 segundos. É o tempo máximo ao longo do qual uma criança de poucos anos irá prestar atenção.
  • Dar múltiplas advertências não serve de nada. Algo bastante comum é que todo pai ou toda mãe com grandes pressões no dia a dia tem filhos que são lentos em “reagir”. Isso acontece porque eles passam a maior parte do tempo os apressando: se apresse, levante, vista-se, faz isso, faz aquilo…
  • Este tipo de verbalização em forma de ordem nunca irá permitir a conexão com nossos filhos. As crianças sabem que depois de uma ordem vem outra, por isso, não vale a pena obedecer a primeira. Isso não é o adequado. Não se educa as crianças às pressas, mas sim com paciência e proximidade. Às vezes, basta dar apenas uma indicação com firmeza na voz, proximidade e pensando bem na finalidade para promover e resolver uma conduta.
  • Escute quando os seus filhos falarem com você, demonstre que cada palavra que eles dizem é importante para você. Esqueça o mundo ao seu redor. Não há pressa, cultive a paciência.
  • Pronuncie o nome da criança com afeto e não faça uso de respostas simples ou condescendentes quando for responder.

O diálogo com seus filhos deve despertá-los, dar-lhes uma injeção de curiosidade, de descobrimento e de afeto, para que eles desenvolvam uma consciência mais segura, plena e feliz todos os dias, em todos os momentos.
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https://amenteemaravilhosa.com.br/usar-linguagem-afetiva-criancas/

domingo, 8 de maio de 2016

Livro "Nem todas as mães amam os filhos"


O livro "Nem todas as mães amam os filhos", de Rose Ferreira, tem uma história forte com uma linguagem acessível. Vale muito a pena lê-lo. "Dos jogos psicológicos e à difamação na idade adulta, até o rompimento do ciclo de dor e a busca do equilíbrio. 
Uma história real e verdadeira, que conduzirá o leitor pelos universos da psicopatia, do amor e do perdão."
"No caso da mãe da autora, o pior de sua personalidade manifesta-se em seu núcleo familiar e seu sadismo é exercido sobre os mais frágeis. No ambiente externo, esconde o seu verdadeiro ego e mostra-se simpática e afável. Para ser aceita e querida, cria histórias nas quais há uma inversão dos papéis reais.
Em sua narrativa,(a mãe) traveste-se de vítima e o alvo (filha) de sua maldade é apresentado como algoz.No ambiente corporativo, não é raro encontrarmos pessoas com esse perfil, mas conviver com elas sob o mesmo teto é inimaginável! Mas ela não se entregou e é aí que reside a beleza do livro. Com toda a humanidade, a autora sofre, se enraivece, compreende, ama, perdoa e,
a duras penas, aprende a proteger a sua família e a si própria daquela de quem todos esperamos sempre muito amor (mãe)."

"Como é explicado no livro, psicopatia não é doença; não há cura para quem é incapaz de estabelecer vínculos afetivos, colocar-se no lugar no outro e sentir compaixão. A medicina classifica como psicopata as pessoas que reúnem um determinado conjunto de características que vão da dissimulação ao prazer diante do sofrimento alheio"

http://livrosqueemocionam.wix.com/nem-todas-as-maes

terça-feira, 5 de abril de 2016

O sangue nos faz parentes, a lealdade nos torna uma família

Todo mundo tem uma família. Ter uma é algo fácil: todos nós temos uma origem e raízes. Entretanto, mantê-la e saber como construí-la, alimentando o vínculo diariamente para conseguir que ela se mantenha unida, já é uma outra questão.

Todos nós dispomos de mãe, pais, irmãos, tios… Às vezes de grandes núcleos familiares com membros que, possivelmente, já deixamos de ver e com quem não convivemos. Precisamos nos sentir culpados por isso?
A verdade é que, às vezes, sentimos uma certa obrigação “moral” de nos darmos bem com aquele primo com quem compartilhamos pouquíssimos interesses, e que tantos desprazeres nos causou ao longo de nossa vida. Pode ser que o sangue nos una, mas a vida não nos encaixa com nenhuma peça, então nos afastarmos ou mantermos um relacionamento justo e pontual não deve ser motivo de nenhum trauma

Porém, o que acontece quando falamos dessa família mais próxima? De nossos pais ou irmãos?

O vínculo vai além do sangue

Chegamos a este mundo como se tivéssemos caído de uma chaminé. Neste momento, nos vemos unidos a uma série de pessoas com as quais compartilhamos o sangue e os genes. Uma familia que nos fará caber em seus mundos particulares, em seus modelos educativos, que tentarão inculcar seus valores, mais ou menos certos...e ou mesmo uma árvore genealógica. Há quem, quase de forma inconsciente, acredita que um filho deve ter os mesmos valores dos pais, compartilhar uma mesma ideologia e ter um padrão de comportamento semelhante.



Há pais e mães que se surpreendem por ver o quão diferentes os irmãos podem ser entre si… Como pode ser assim se são todos filhos de um mesmo ventre? É como se dentro do núcleo familiar tivesse que existir uma harmonia explícita, onde não existem excessivas diferenças, onde ninguém deve sair do “padrão” e tudo está controlado e em ordem.
Entretanto, algo que devemos saber claramente é que nossa personalidade não é 100% transmitida geneticamente; podem ser herdadas algumas características e, sem dúvidas, ao viver num entorno compartilhado iremos compartilhar uma série de dimensões. Mas os filhos não são moldes dos pais, e os pais nunca vão conseguir que os filhos sejam como suas expectativas querem.
A personalidade é dinâmica, é construída no dia a dia e não atende às barreiras que, às vezes, os pais ou as mães tentam impor. É aí que, muitas vezes, aparecem os habituais desapontamentos, as “colisões”, as desavenças…
Para criar uma ligação forte e segura a nível familiar, devem ser respeitadas as diferenças, promover a independência ao mesmo tempo que a segurança. É preciso respeitar a essência de cada pessoa em sua maravilhosa individualidade, sem colocar muros, sem censurar cada palavra e comportamento...



Segredos das famílias que vivem em harmonia



Às vezes, muitos pais veem como seus filhos se afastam do lar familiar sem estabelecer mais contato. Há irmãos que deixam de se falar e famílias que veem quantas cadeiras vazias jazem no silêncio da sala de casa.
A que se deve isso? Está claro que cada família é um mundo, um micromundo com suas regras, suas crenças e, também, com as cortinas abaixadas onde só elas mesmas sabem o que aconteceu no passado, e como se vive no presente.
Entretanto, podemos falar disso baseados em alguns eixos básicos que devem nos fazer refletir.

– A educação tem como a finalidade dar ao mundo pessoas seguras de si mesmas, capazes e independentes, para que possam alcançar sua felicidade, e, por sua vez, saibam oferecê-la aos demais.  Como se consegue isso? Oferecendo um amor sincero que não impõe e que não controla. Um carinho que não censura como alguém é, pensa ou age.
 Não devemos responsabilizar sempre os demais pelo que acontece com a gente. Não é necessário culpar a mãe ou o pai por ainda hoje em dia, você se sentir insegura e incapaz de fazer determinadas coisas. Ou aquele irmão que, talvez, sempre foi melhor atendido ou cuidado do que nós mesmos.
Está claro que, na hora de educar, sempre são cometidos alguns erros. Mas nós também devemos ter o controle de nossa vida e saber reagir, ter voz, e saber dizer “não”, e acreditar que somos capazes de empreender novos projetos com segurança e maturidade, novos sonhos sem sermos escravos das lembranças familiares do ontem.
Ser família NÃO  supõe compartilhar sempre as mesmas opiniões e os mesmos pontos de vista. E nem por isso devemos julgar, censurar e, menos ainda, desprezar.
Comportamentos como estes criam distâncias e fazem que, no dia a dia, encontremos maior lealdade nos amigos do que na família.

– Às vezes, temos a “obrigação moral” de ter que continuar mantendo contato com parentes que nos fazem mal, que nos incomodam, que nos censuram. São família, não cabe dúvida, mas devemos ter em conta que o que importa de verdade nessa vida é ser feliz e ter um equilíbrio interno. Uma paz interior. Se estes ou aqueles familiares prejudicam nossos direitos, devemos impor distância.



A maior virtude de uma familia é aceitar a si e aos outros tal e qual como são, em harmonia, com carinho e respeito.

http://amenteemaravilhosa.com.br/sangue-nos-faz-parentes-lealdade-torna-familia/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Marcas do abuso emocional

Educação e Pedagogia Social



Os sinais de um abuso emocional, às vezes, são difíceis de detectar. 
Ao contrário do abuso físico, o abuso emocional é feito e recebido mais frequentemente do que as pessoas que estão ao redor da vítima podem perceber.
O pior de tudo é que a vítima também não se dá conta , já que a profundidade do abuso costuma aumentar de forma paulatina, fazendo com que a vítima justifique, por aproximação, os maus tratos que nunca teria aceitado se tivessem começado de forma radical.

O abuso emocional  pode ser mais prejudicial do que o abuso físico, já que pode enfraquecer o que pensamos sobre nós mesmos. Pode paralisar tudo o que estamos destinados a ser: permitimos e transformamos em algo falso para que possamos nos definir erroneamente.  O abuso emocional pode acontecer entre pais e filhos, marido e mulher, entre parentes, entre colegas de trabalho e chefes e, até mesmo, entre amigos.



O abusador costuma projetar suas palavras, atitudes ou ações sobre a vítima, ou vítimas, que ele escolheu. Essa é uma de suas estratégias preferidas para evitar qualquer conflito cognitivo que possa colocar sua falsa autoestima em contradição e, além disso, é uma forma de atacar da própria vítima, fazendo-a dependente e criando nela um sentimento de  desamparo.


 Como identificar se somos vítimas de um abuso emocional?

Responder às perguntas que propomos a seguir, pode fazer com que você encontre uma resposta:



I
 A humilhação, a degradação, a negação. Julgar, criticar: 
  1. Há alguém que faz brincadeiras sem graça com você ou que o expõe na frente dos demais?
  2. Faz piadas com você, utiliza o sarcasmo como uma forma de colocá-lo para baixo ou de denegrir a sua imagem?
  3. Ele/eles dizem que sua opinião ou sentimentos são “maus” ou não têm importância?
  4. Alguém lhe ridiculariza regularmente, lhe rejeita, não leva em conta suas opiniões, pensamentos, sugestões e sentimentos?

II
Dominação, controle e vergonha:
  1. Você acredita que essa pessoa a trata como uma criança?
  2. Constantemente a corrige ou castiga porque seu comportamento é “inapropriado”?
  3. Você sente que deve “pedir permissão” antes de ir a algum lugar ou antes de fazer algo e, inclusive, tomar pequenas decisões?
  4. Controla suas despesas?
  5. Trata você como se fosse inferior a ele(a)/eles(as)?
  6. Faz você sentir que ele(a) sempre tem razão?
  7. Lembra constantemente dos seus defeitos?
  8. Menospreza suas conquistas, suas aspirações, seus planos e até mesmo quem você é?
  9. Desaprova com desdém ou despreza seu olhar sobre as coisas, seus comentários e comportamento?
III
Acusar e culpar, demandas ou expectativas triviais ou pouco razoáveis, nega seus próprios defeitos:
  1. Acusa de algo artificial quando sabe que não é verdade?
  2. É incapaz de rir de si mesmo?
  3. É extremamente sensível quando se trata de outras pessoas que fazem brincadeiras com ele ou que façam qualquer tipo de comentário que parece demonstrar uma falta de respeito?
  4. Desculpa-se por seus problemas?
  5. Querem se justificar por seu comportamento ou tendem culpar os outros, ou as circunstâncias, por seus erros?
  6. Como se dirige a você? Por seu nome, apelido ou cargo?
  7. Culpa-o por seus problemas ou infelicidade?
  8. Falta continuamente com o respeito?


IV
Distanciamento emocional e o “tratamento do silêncio”, isolamento, abandono ou negligência emocional:
  1. Retira-se ou retém a atenção ou afetividade?
  2. Não quer cumprir com as necessidades básicas ou utiliza a negligência ou abandono como castigo?
  3. Joga a culpa sobre você ao invés de assumir a responsabilidade por suas ações ou atitudes?
  4. Não se dá conta ou não se importa com como você se sente?
  5. Não mostra empatia ou faz perguntas para obter informação?


V
A co-dependência e engano:
  1. Alguém lhe trata não como uma pessoa separada, mas como uma extensão de si mesmos?
  2. Não protege seus limites pessoais e compartilha informação que você não aprova?
  3. Você acha que o melhor para você é simplesmente fazer o que eles pensam?
  4. Demanda contato contínuo e não desenvolveu uma rede de apoio saudável entre seus próprios companheiros?
Se você respondeu sim a alguma dessas perguntas, comece a pensar na possibilidade de enfrentar de maneira ativa a pessoa que realiza o abuso. Fale sobre o que acontece com pessoas de sua confiança.
http://amenteemaravilhosa.com/as-marcas-do-abuso-emocional/?utm_medium=post&utm_source=website&utm_campaign=popular


sábado, 30 de janeiro de 2016

A Importância da atitude dos pais


"Das experiências que tiveram tido em casa depende, em boa parte, que os filhos cheguem a ser pessoas sociáveis e capacitadas para a autêntica vida de amizade. Mas a família influi sobretudo através das atitudes dos pais."


Vejamos, em primeiro lugar, algumas atitudes paternas que não favorecem as atitudes sociais e amistosas dos filhos:

1. Pais que não sabem nada dos filhos e mal lhes dedicam tempo. O pouco tempo de convivência com os filhos deve-se, às vezes, a ausências prolongadas e freqüentes do lar, de um dos pais ou de ambos. Em conseqüência, os filhos não vêem a casa como um lar, mas como uma simples residência, um hotel.
2. Pais dominadores, possessivos, autoritários, excessivamente severos e exigentes. Essas atitudes contribuem nuns casos para tornar os filhos irascíveis, impulsivos e agressivos, e em outros para desenvolver neles uma personalidade insegura e instável. Todas estas características lhes trazem sérias dificuldades para a adaptação aos grupos de brincadeiras e de estudo e à vida de amizade.
3. Pais superprotetores, que oferecem aos filhos mais ajuda do que eles precisam e tendem a resolver todos os seus problemas por eles. Esse protecionismo pode obedecer a um apego afetivo aos filhos, a um amor mal-entendido, ou à fraca opinião acerca de algum filho, que os pais consideram incapaz de enfrentar situações próprias da sua idade. 



A criança superprotegida torna-se excessivamente dependente dos outros: precisa da atenção, aprovação e ajuda quase contínuas das outras pessoas. Não desenvolve a capacidade de valer-se por si: não sabe iniciar atividades próprias nem lutar por vencer as dificuldades que se lhe apresentam. Nessas condições, a mentalidade egocêntrica própria da criança prolonga-se pela vida fora e não lhe permite contribuir com nada de valioso para os outros.

4. Pais permissivos, excessivamente indulgentes, que mimam os filhos e os deixam agir em função dos caprichos de cada momento. Esta atitude leva os filhos a torna-se egoístas e fracos, a esperar dos outros uma atenção contínua e a não saber aceitar a frustração de um desejo, levando-os a reagir de forma impaciente e agressiva. Uma vez que toda a convivência exige dar e não apenas receber, essas crianças dificilmente se adaptam à vida em sociedade.


5. Pais frios ou indiferentes para com os filhos, que não lhe dão mostras de carinho e afeto. Os filhos costumam agir, nas relações com os companheiros e amigos, com a mesma indiferença e frieza com que foram tratados em casa. Costumam ser crianças tristes, pouco cordiais, que fogem das situações de convivência. E quando tentam relacionar-se com os outros, encontram dificuldades porque lhes falta elemento central da amizade: o afeto. 


O problema é maior quando a indiferença dos pais se converte em rejeição, que nem sempre é aberta: às vezes, expressa-se em atitudes de insensibilidade ou de prepotência. Essa rejeição diminui a auto-estima dos filhos, a segurança em si mesmos, e pode dar lugar, mais adiante, a condutas anti-sociais que resultam da necessidade de "descarregar" a agressividade acumulada ou de chamar a atenção dos outros. 



"Quais as atitudes paternas que, pelo contrário, favorecem a capacidade dos filhos para a convivência?


Uma primeira resposta é a seguinte: todas as que ajudem a serem harmônicas e satisfatórias as relações entre os esposos, entre pais e filhos e entre irmãos. Está mais do que comprovado que, se as relações familiares são adequadas, os filhos conseguem adaptar-se muito mais facilmente à convivência social fora de casa. 

Uma dessas atitudes é o amor aos filhos. E não basta o amor teórico ou abstrato; os filhos precisam de expressões concretas desse amor dos pais todos os dias. Precisam de afeto e carinho no relacionamento pessoal. Os pais afetuosos e cálidos ajudam os filhos a ter confiança em si mesmos e a relacionar-se com os outros de forma aberta e espontânea. 




Mas o carinho com os filhos não deve significar falta de exigência. Precisamente por serem queridos é que devem ser exigidos de maneira progressiva. Com efeito, as crianças que não se sentem exigidas pelos pais consideram-se menos queridas, já que recebem menos atenção. O carinho aos filhos deve levar, isso sim, a uma exigência compreensiva, isto é, proporcionada ao que se pode pedir a cada filho em cada momento. É preciso, portanto, que os pais sejam ao mesmo tempo exigentes e compreensivos, o que, evidentemente, não é fácil. Na prática, diante dessa dificuldade, os pais costumam polarizar-se numa dessas atitudes, de forma que a compreensão sem exigência cria pais permissivos, e a exigência sem compreensão cria pais autoritários.




Diversas pesquisas confirmam as afirmações que acabamos de fazer. Assim, por exemplo, Lieberman verificou que as crianças pequenas que se sentiam queridas pela mãe eram mais bem aceitas pelos companheiros e participavam mais das atividades comuns no colégio. Winder e Rau descobriram que os pais das crianças mais "sociáveis" tinham duas qualidades: eram muito pouco agressivos e proporcionavam-lhes muito apoio e reforço na sua conduta ("reforço" no sentido de que valorizavam e premiavam os comportamentos positivos dos filhos).

Se houver amor, haverá também aceitação de cada filho. A aceitação começa pelo desejo de que o filho chegue a existir, casais que têm um filho por falha dos métodos contraceptivos dificilmente conseguirão criar esse clima em que todo o filho que vem ao mundo se sente desejado acima de tudo pelos seus pais. A aceitação implica também esbanjar - com gosto, não como algo que atrapalha - os cuidados de que cada filho necessita. Os pais devem estabelecer uma relação ardentemente afetuosa com cada um dos filhos e fazê-los ver que todos eles são "importantes" na vida da família. Comprovou-se que a criança aceita pelos pais "é geralmente cooperativa, sociável, amigável, leal, emocionalmente estável e simpática"; e que "encara a vida com confiança".


Há diferentes tipos de aceitação dos filhos por parte dos pais em função do amadurecimento emocional destes. Pais emocionalmente maduros aceitam o filho como um ser autônomo e capaz de participar ativamente da vida familiar, ao passo que pais emocionalmente imaturos tendem a identificar-se totalmente com o filho, dificultando seriamente a conduta independente tanto deste como deles mesmos. É importante que os pais concedam a cada filho uma liberdade razoável, proporcionada à sua idade. Quando se estimula a conduta autônoma dos filhos, estes acabam por tornar-se "mais habilidosos, cooperativos, independentes e adaptados às situações sociais". 

Frisarei, por fim, que é importante fomentar desde a infância a vinda de outra crianças ao lar, sejam irmãos naturais ou adotivos. Verificou-se que isso contribui para que os filhos amadureçam antes e sejam mais abertos aos outros."


Gerardo Castilho é professor de Pedagogia e Psicopedagogia da Universidade de Navarra e pesquisador do Instituto de Ciências da Família da mesma Universidade, além de professor visitante de diversas Universidades espanholas.

http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo068.shtml


Extraído do livro "Educar para a amizade", Editora Quadrante