terça-feira, 4 de outubro de 2016

Proteger as Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual

Proteger as Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual é um dever de todos, em particular daqueles que delas estão mais próximas.
Sabia que na Europa uma em cada cinco crianças são vitimas de abusos sexuais? 
Ensine os seus filhos e alunos a protegerem-se; e a denunciar abusos. 
Esteja atento!



https://www.youtube.com/watch?v=Eo83Gos35Ko

sábado, 3 de setembro de 2016

Inteligência emocional


“Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil.
Mas zangar-se com a pessoa certa, na justa medida, no momento certo, pela razão certa e da maneira certa – isso não é fácil.”
(Aristóteles, “Ética a Nicómaco”)

A inteligência emocional, na sua definição básica, comporta cinco domínios principais (Salovey & Mayer, 2000):
– Conhecer as próprias emoções. A autoconsciência, o reconhecimento de um sentimento enquanto ele está a acontecer, é a pedra base da inteligência emocional. Sermos capazes de controlar as emoções momento a momento é determinante para a instrospeção psicológica e autoconhecimento. A incapacidade de reconhecermos as nossas sensações deixa-nos à mercê delas. As pessoas que têm uma certeza maior a respeito dos seus sentimentos têm um maior controlo sobre as suas vidas, têm uma noção mais segura daquilo que realmente sentem a respeito das decisões que são obrigadas a tomar – desde com quem casar a que emprego aceitar.
– Gerir as emoções. Lidar com as sensações de modo apropriado é uma competência que nasce do autoconhecimento. A capacidade de nos tranquilizarmos a nós próprios, de afastar a ansiedade, a tristeza ou a irritabilidade ajuda-nos a uma maior estabilidade emocional e a um maior domínio sobre as situações. As pessoas a quem falta esta competência estão constantemente em luta com sensações de angústia, enquanto aquelas que a possuem recuperam muito mais depressa dos tombos que a vida nos obriga a dar.





– Motivarmo-nos a nós próprios. Mobilizar as emoções ao serviço de um objetivo é essencial para concentrar a atenção, para a automotivação, a competência e para a criatividade. O autocontrolo emocional (adiar a recompensa e dominar a impulsividade) está subjacente a todo o tipo de realizações. E ser capaz de entrar em estado de “fluidez” permite desempenhos de grande qualidade em todas as áreas. As pessoas que têm esta aptidão tendem a ser mais produtivas e eficazes em tudo o que fazem.
– Reconhecer as emoções dos outros. A empatia é a mais fundamental das aptidões pessoais. As pessoas empáticas são mais sensíveis aos subtis sinais sociais que indicam aquilo que os outros necessitam ou desejam. Isto torna-as particularmente aptas em profissões que envolvam a prestação de cuidados, o ensino, as vendas e a gestão.
– Gerir relacionamentos. A arte de nos relacionarmos é em grande medida a competência para gerir as emoções dos outros. A competência social está na base da popularidade, da liderança e da eficácia interpessoal. As pessoas que com esta capacidade bem desenvolvida têm um bom desempenho em tudo o que tenha a ver com a interação com terceiros.
As pessoas diferem nas suas capacidades em cada um destes domínios. Alguns de nós podem ser particularmente hábeis a controlar a sua ansiedade, mas perfeitamente incapazes de acalmar a de terceiros, por exemplo. Em suma, podemos sempre melhorar cada um dos domínios da nossa inteligência emocional, numa perspetiva de desenvolvimento pessoal e melhoria da qualidade de vida.

https://www.youtube.com/watch?v=rc-4Jei5lpQ

http://oficinadepsicologia.com/os-5-dominios-da-inteligencia-emocional

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Evento solidário - Familias contra a violência


11 setembro 2016

Caminhada - Atividades em familia

Foz do Lizandro - Carvoeira - Mafra


Formulário de inscrição:



Regulamento GNR TRAIL – Famílias Contra a Violência 2016
1. GNR TRAIL – FAMILIAS CONTRA A VIOLÊNCIA
A Guarda Nacional Republicana possui um papel ativo na garantia das condições de segurança que permitem o exercício dos direitos e liberdades e o respeito pelas garantias dos cidadãos, bem como o pleno funcionamento das instituições democráticas, no respeito pela legalidade e pelos princípios do estado de direito e ainda garantir a ordem e a tranquilidade públicas e a segurança e proteção de pessoas e bens.
Desta forma a atuação da Guarda Nacional Republicana, em todas as suas vertentes, eleva-se por um espetro de atividades que são transversais a toda a sociedade, em especial à família, centrando-se na defesa e proteção dos valores fundamentais, que garantem o bem-estar e a qualidade de vida dos seus membros, contra fatores de risco como a violência, maus-tratos, pobreza, a desestruturação familiar, a exclusão social, o isolamento e a quebra de vínculos de solidariedade entre gerações.
A GNR, através da promoção da atividade desportiva e do contato com a natureza, pretende fortalecer e consolidar os valores intrínsecos à estrutura familiar, enquanto alicerce da comunidade, apelando às responsabilidades sociais, da cidadania e da solidariedade. 


O evento “GNR TRAIL – Famílias Contra a Violência” consiste na realização de um “Trail” e de uma “Caminhada”, com fins solidários, no qual os participantes poderão entregar Bens Alimentares de Primeira Necessidade, que serão posteriormente distribuídos pela Acão social da Câmara Municipal de Mafra, a famílias carenciadas, vítimas de violência e de exclusão social.

2. ORGANIZAÇÃO
O evento “GNR TRAIL – Famílias Contra a Violência” é organizado pelo Destacamento Territorial de Mafra da GNR – Comando Territorial de Lisboa e conta com a colaboração de entidades locais.
3. PROVAS – DATA/ LOCAL/ HORA

a. Caminhada
6+ km

Partida: Praia da Foz do Lizandro - Freguesia da Carvoeira - Concelho de Mafra

11 Setembro de 2016
09H30*

Partida : Praia da Foz do Lizandro
Meta: Praia da Foz do Lizandro
b. Trail
19+km Praia da Foz do Lizandro - Freguesia da Carvoeira -Concelho de Mafra
11 Setembro 2016
09H30
Praia da Foz do Lizandro
Meta: Praia da Foz do Lizandro
*A partida da Caminhada inicia-se 5 minutos após a partida do Trail.
4. DISTÂNCIA
O “TRAIL” terá uma distância aproximada de 19+ km e não coincide com o trajeto da caminhada, salvo na partida e chegada.
A “Caminhada” terá a distância aproximada de 6+ km.
5. PERCURSO E ALTIMETRIA
Percurso Trail
O “Trail” terá a distância de cerca de 19 quilómetros e tem início junto ao Estacionamento da Praia da Foz do Lizandro, passa pela Localidade da Ericeira, Visita o Forte do Zambujal, atravessa o rio Lizandro, entra no Concelho de Sintra, Passa na Praia de São Julião, visita o Forte de São Julião e termina na Praia da Foz do Lizandro.
O itinerário será identificado por fita sinalizadora (GNR) colocada nos caminhos à direita do caminho a seguir, salvo se for mais viável a sua colocação no lado esquerdo.
Gráfico de Altimetria do Trail (aproximado)

Percurso Caminhada
A “Caminhada” terá uma distância de cerca de 6 quilómetros e tem início no Junto ao Estacionamento da praia da Foz do Lizandro, passa pela praia de São Julião, sobe o “Caminho das Almas” e acompanha o rio através de um trilho, termina na Praia da Foz do Lizandro.
A organização pode parar por momentos a Caminhada para passagem dos participantes do Trail, aquando a interceção das duas provas.
Os primeiros participantes do Trail terão prioridade na passagem pelos participantes na Caminhada.
O itinerário será identificado por fita sinalizadora (GNR) colocada nos caminhos à direita do caminho a seguir, salvo se for mais viável a sua colocação no lado esquerdo.
Gráfico de Altimetria da Caminhada (aproximado)

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O que é educação, na verdade? Como fazer educação?




Educação é um termo que vem sempre sendo discutido nos últimos tempos. 
É clássico assumir que o segredo para um país desenvolvido é o investimento em educação. 
Mas o que é educação, na verdade? Como fazer educação? Há uma reflexão sendo feito a respeito desse conceito pelo psiquiatra chileno Claudio Naranjo, autor de 19 títulos e um dos indicados ao Nobel da Paz de 2015.
A frase do título é dele. O chileno concedeu uma entrevista à Época onde falou algumas verdades doloridas sobre o conceito de educação que está sendo disseminado.

 “A educação funciona como um grande sistema de seleção empresarial. É usada para que o estudante passe em exames, consiga boas notas, títulos e bons empregos. É uma distorção do papel essencial que a educação deveria ter”.
Confunde-se educação com inteligência nas escolas, com melhor desempenho, melhores notas e melhores recomendações para os currículos. A pessoa com o QI mais alto do mundo é também a mais educada? Provavelmente não, e é esse o ponto martelado por Naranjo.
“Temos um sistema que instrui e usa de forma fraudulenta a palavra educação para designar o que é apenas a transmissão de informações […] É um sistema que quer um rebanho para robotizar. A criança é preparada, por anos, para funcionar num sistema alienante, e não para desenvolver suas potencialidades intelectuais, amorosas, naturais e espontâneas”.
Resultado de imagem para psiquiatra chileno Claudio Naranjo

Sabendo disso, como quebrar essa escrita? O psiquiatra indaga qual a necessidade dessa aberração, nas palavras dele, de as escolas fazerem com que os alunos passem horas inertes, ouvindo como é a flora num local distante ou os nomes dos afluentes de um grande rio em detrimento a conhecimentos muito mais próximos e úteis, de acordo com as capacidades e necessidades de cada um.



A principal crítica que Claudio Naranjo faz é a da escola, em geral, optar por uma educação massificada e não pessoal, eliminando as individualidades e características que cada pessoa, como ser único, possui. Já a principal motivação sua é combater esse sistema e transformar os educadores em profissionais mais amorosos, acolhedores e afetivos.


“O objetivo é preparar os professores para que eles se aproximem dos alunos de forma mais afetiva e amorosa, para que sejam capazes de conduzir as crianças ao desenvolvimento do autoconhecimento, respeitando suas características pessoais. Comprovamos por meio de pesquisas que esse é o caminho para formar pessoas mais benévolas, solidárias e compassivas”.
http://www.laparola.com.br/a-educacao-nao-pode-se-ocupar-so-do-intelecto-mas-deve-formar-pessoas-mais-solidarias

4º Congresso Internacional de Pedagogia Social


A PUC-SP sediou o IV CIPS (Congresso Internacional de Pedagogia Social), que debateu, entre outras questões, a regulamentação da profissão de pedagogo social e a importância da profissão para a formação de cidadãos. Participaram os professores Roberto da Silva (USP) e Maria Stella Graciani (PUC-SP).



Ética, Gentileza e Cordialidade






A importância das pequenas atitudes no dia a dia e dos princípios básicos como: Ética, Gentileza e Cordialidade


https://www.youtube.com/watch?v=GtcClwpYIOY


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Resiliencia




Constantemente, passamos por situações que esgotam as nossas forças e minimizam os nossos ânimos. Por mais que tentemos escapar, inevitavelmente nos dececionaremos com as pessoas, seremos rejeitados por alguma paixão, reprovaremos em provas e concursos, seremos preteridos em vagas de empregos ou em promoções em nosso trabalho, choraremos o luto de pessoas especiais, dentre tantos outros reveses pelo caminho.




Estamos sempre preparados para receber o melhor em nossas vidas, ao passo que fugimos à necessidade de estarmos prontos a enfrentar o avassalamento que certos momentos trarão – e eles virão. Parece-nos ser muito natural expormos os sucessos, as conquistas, tudo aquilo que deu certo em nosso caminho, porém, dividirmos nossos equívocos e fracassos chega a ser quase impossível, uma vez que negar algo parece afastar aquilo de nós. 
Negar nossos fracassos não os impedirá de baterem à nossa porta, obrigando-nos a encarar nossas fraquezas, a refletir sobre o que viemos fazendo de nossas vidas, para que possamos repensar e operar mudanças que nos tornem habilitados a deixar de cometer os mesmos erros. É inevitável despendermos tempo para voltarmos nossas atenções ao nosso pior, digerindo aquilo tudo e renascendo para novas tentativas, com a mente reoxigenada



O tempo nos ensina a confiar nele e nas verdades que ele sempre nos traz, bem como na infalibilidade da colheita a que todos estaremos sujeitos, de acordo com a qualidade das semeaduras que deixamos pelos caminhos. É preciso que estejamos conscientes de que muito do que sofremos é resultado tão somente de nossas ações, ou seja, agir com vistas às futuras consequências do que fazemos hoje nos poupará de amanhãs dificultosos.

Após as devastações emocionais que passam por nossas vidas, derrubando tudo o que há pela frente, minando nossos sentidos e roubando nosso fôlego, será o momento de decisão, de retomada, de reerguimento. A dor, a revolta e o esgotamento de forças que fatalmente nos invadirão serão úteis, para que esgotemos nossa tristeza, sorvendo-a até que se esvazie e sejamos preenchidos pela construção paulatina de certezas cheias de esperança, com a ajuda dos amigos, da família, do parceiro, de quem, indubitavelmente, estará sempre conosco, junto, disposto, com acolhimento sincero e sorriso verdadeiro.



Trata-se de um processo lento, que requer paciência e resignação, fé e confiança em nós mesmos, em nossa capacidade de nos reinventarmos, de solucionarmos o que parecia impossível, de observar de uma forma reflectida, o mundo à nossa volta, aprendendo e reaprendendo a cada dia. Não poderemos agir e escolher corretamente o tempo todo, mas poder contar com amor verdadeiro nos apoiando fará toda a diferença nos momentos em que a vida não dá certo. 


Fatores da resiliência

Administração das Emoções - habilidade em se manter sereno diante de um problema. Também se refere a capacidade de usar as pistas de forma a compreender melhor as pessoas.

Controle de Impulsos - não se deixar levar impulsivamente por uma emoção.

Otimismo -  crença de que as coisas podem melhorar. Está relacionado com a esperança e convicção na capacidade de controlar o próprio destino.

Análise do Ambiente  - capacidade de identificar as causas dos problemas,  permitindo que a pessoa se coloque num lugar seguro. Se refere a capacidade de identificar quando é hora de falar e quando é hora de calar.

Empatia - significa a capacidade de compreender os estados psicológicos das outras pessoas (as emoções e sentimentos) e saber como agir.

Auto Eficácia  -  crença de ser capaz em resolver seus problemas.

Alcançar Pessoas  - capacidade de se vincular a outras pessoas, sem receios e sem medo. É a capacidade de se entrosar com a outras pessoas, construir redes de apoio.




A Resiliência não é só um traço de caráter hereditário que você tem ou deixa de ter, pode ser uma conquista pessoal.


http://www.equilibrioemvida.com/2016/08/resiliencia-levantar-se-toda-vez-que-vida-ferra-com-tudo/
Masten, A. S. (2001). Ordinary magic: resilience processes in development. American Psychologist

A calunia e a injuria na nossa sociedade




A vontade de passar informações faz parte do homem, é a comunicação, é uma ação humana natural e normal, mas na maioria das vezes esquecemos do outro e não medimos as consequências das nossas palavras.
Quando uma pessoa não controla a cobiça, o resultado é a inveja, que desperta o instinto animal de prejudicar o próximo pela difamação. O vaidoso que é infestado pelo orgulho e pela arrogância, é muito propenso a usar a fofoca.





O egoísmo é o resultado da maldade, da indiferença para com o semelhante e, portanto, pela falta de escrúpulos pode-se criar as mais desalmadas mentiras com a Ideia de prejudicar o semelhante.




Afinal o ditado não é este: “quem conta um conto aumenta um ponto”?

Enquanto que fofocar significa intrigar, caluniar consiste em difamar fazendo acusações falsas ou atribuindo falsamente a alguém fato definido como crime.
Na calúnia, portanto, há violência maior. Ainda procuramos negar e esconder este fenômeno quando dele somos vítimas. Sentimos vergonha de sermos caluniados quando a vergonha seria adequada sentir por aquele que gera a calúnia.
Por vezes, até mesmo nos submetemos ao caluniador do grupo em que convivemos.


 Afirmações como “não há fogo sem fumo”, em verdade são armas utilizadas pelos caluniadores. O correto é: “onde há fumo há um caluniador”.

Para bom entendedor, quem está sendo exposto não é o caluniado, mas sim o caluniador: revela-se e desvenda um interior conflituoso.

O caluniador é uma pessoa que está sempre em conflito consigo mesmo. Quem está de bem com a vida não tem sequer vontade de caluniar, quer apreciar as coisas boas da vida.
Por vezes, as pessoas lidam de forma inadequada com suas perturbações.
Uma forma inadequada é a calúnia. O caluniador procura transferir seu desequilíbrio para outra pessoa. Lançando uma calúnia ele percebe que o interior da pessoa atingida começa a se desorganizar. Para que isso ocorra, a calúnia deve ser impactante, deve penetrar no interior da vítima e estourar como uma bomba. Portanto, agora quem está desequilibrado é o outro e não mais ele. Ou há mais alguém perturbado e em sofrimento como ele.





Teorilang chama a calúnia de "covardia" já que geralmente a pessoa atacada não pode se defender em tempo hábil ou mesmo se esquivar do estigma que lhe será "presenteado por toda a vida". O caluniador normalmente ataca pelas costas, de forma sutil e ardilosa, o interesse único é simplesmente destruir, colocando dúvidas sobre a reputação do outro. Oportunista, vê em cada momento a chance de apresentar-se como o "fiel da balança" emitindo suas opiniões e oferecendo fatos, geralmente criados ou deturpados, para argumentar posições negativas sobre as pessoas.
Um dos problemas mais sérios que envolve a calúnia é o fato de que o caluniador apresenta-se de forma a parecer um mediador ou um observador "justo" ao longo da vida, desenvolvendo frases, jargões e comportamentos que produzem uma certa credibilidade e tolerância.


                                 


Existem dois tipos de caluniadores:
  • aquele que calúnia sistematicamente.
  • aquele que o faz num momento em que sua vida não vai bem.

E existem também as pessoas que levam adiante a calúnia gerada por outro.

É um fenômeno que acompanha a humanidade desde sempre. Um dramaturgo romano, Plauto, escreve em uma de suas peças: “Os que propalam a calúnia e os que a escutam, se prevalecesse minha opinião, deveriam ser enforcados, os primeiros pela língua e os outros pela orelha”.

                                  

Brincadeiras à parte, temos que aprender a lidar com estes fenômenos. Todos estamos sujeitos a ele.


Shakespeare escreveu: “Mesmo que sejas tão puro quanto a neve, não escaparás à calúnia”.



A recuperação de quem sofre a calúnia se faz a medida em que a pessoa não se submete ao fenômeno, encara-o de frente, conversa com seus amigos. Preserva sua auto-estima, desvinculando-se desta agressão verbal e psicológica da qual está sendo vítima. Poderá buscar ajuda profissional numa psicoterapia de cura duração de tipo Interpessoal.
Aquele que se percebe gerando calúnia, também se beneficiará de uma ajuda profissional para procurar lidar de uma maneira mais eficaz com seus desequilíbrios.



O mecanismo da fofoca e da calunia pode ser avaliado por uma experiência subliminar que em psicologia é um estímulo que não é suficientemente intenso para que o indivíduo tome consciência dele, mas que, repetido, atua no sentido de alcançar um efeito desejado.


Salomon Asch (citado por Joan Ferrés em Televisão Subliminar. Porto Alegre: ArtMed., 1998. p. 50.) fez uma pesquisa com estudantes universitários nova-iorquinos com a finalidade de destacar o caráter contaminante das idéias, sobretudo do pensamento associativo, menos por seu conteúdo e bem mais pela forma como é apresentado e é possivelmente esse mecanismo um grande exacerbador da virulência com que as fofocas se propagam numa total distorção do fato verdadeiro.


                                              

Faça uma experiência extremamente simples com dois grupos de pessoas que não se conheçam.
Ao iniciar o teste da "fofoca", diga que passará algumas referências a respeito de uma personagem que é seu amigo chamado Ronaldinho. Passe, então, a informação: ao primeiro grupo, dizendo que o seu amigo Ronaldinho é muito competente, honesto, ordeiro, teimoso, mentiroso, impulsivo e fofoqueiro; e ao segundo grupo, passe as mesmas informações, alternado a ordem dos adjetivos que caracterizam a personagem. Assim, Ronaldinho é um fofoqueiro, impulsivo, mentiroso, teimoso, ordeiro, honesto e competente. Espere passar uma semana e indague uma ou mais pessoas de cada um dos grupos o que lembram de Ronaldinho.
Poderão ocorrer tipos de resposta diferentes, porém será mais provável que o primeiro grupo lembre mais as qualidades positivas de Ronaldinho e o segundo, as negativas.
Ainda que aspectos positivos e negativos tenham sido apresentados em igual quantidade e, literalmente, tenham sido os mesmos, a ordem em sua apresentação despertou o pensamento primário e, dessa forma, condicionou um preconceito que contaminará todo o resto da informação. Se esse fato não ocorrer, provavelmente, a pessoa associou Ronaldinho a um conhecido seu e guardou na memória os adjetivos com os quais associa esse amigo. Caso contrário, lembrará primeiro dos adjetivos positivos ou negativos, que tenham sido priorizados na apresentação. Essa pequena mostra como as comunicações podem distorcer os fatos o que acontece normalmente nas fofocas. Longe de ser apenas uma simples experiencia, os estudos que se seguiram àquele mostram a imensa importância da hierarquia de idéias que deve estar presente em todo tipo de apresentação que fazemos de um fato. Embutem-se idéias centrais fortes, decisivas, conclusivas e essenciais e outras idéias periféricas, bem menos relevantes, meramente auxiliares. Se sua apresentação não enfatizar e ordenar as primeiras.



                                   


*Roque Theophilo era Psicólogo e Jornalista Profissional, é autor do título «O Amigo Psicólogo». Foi Presidente das Academia Brasileira de Psicologia e da Academia Internacional de Psicologia, e um dos pioneiros da Psicologia no Brasil.