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terça-feira, 24 de março de 2020

A empatia e as crianças



A empatia é um elemento importante para o desenvolvimento de habilidades interpessoais e melhora na qualidade das relações, pois motiva cuidados e comportamentos em prol de outro sujeito (Denham, 1998). Ela está positivamente relacionada com: comportamento pró-social (Crick, 1996; Eisenberg, Carlo, Murphy & Van Court, 1995; Schaffer, Clarck & Jeglic, 2009), aceitação pelos pares (Warden & Mackinnon, 2003), saúde mental (Beyers & Loeber, 2003; Blair, 1997), resolução pacífica de conflitos (McPherson Frantz & Janoff-Bulman, 2000) e diminuição no comportamento agressivo (Miller & Eisenberg, 1988).




Crianças que apresentam altos níveis de empatia para emoções negativas tendem a ter menos problemas de comportamentos externalizantes e maior competência social (Zhou et al., 2002). 



Baixos níveis de empatia, por sua vez, representam diminuição dos comportamentos pró-sociais e aumento de comportamentos agressivos. Desta forma, a partir da empatia, o sujeito é capaz de prever a dor que pode causar com seus comportamentos agressivos e, com isso, avaliar sua reação de agredir ou não (Hastings, Zahn-Waxler, Robinson, Usher & Bridges, 2000). 



Entre as patologias relacionadas com prejuízos na empatia estão Transtorno de Conduta, Transtorno de Personalidade Anti social e Autismo (American Psychiatric Association, 1994; McDonald & Messinger, 2011).



O desenvolvimento de empatia e consideração pelo outro se mostra como um fator de proteção contra problemas de comportamento. 
Dentre as influências encontradas para o desenvolvimento de empatia estão os estilos e práticas parentais. 
As práticas associadas ao desenvolvimento positivo de empatia: o comportamento dos pais, suas expressões emocionais, cognições e atitudes direcionadas ao filho, como presença de apoio, instruções claras, limites e expressão de raiva e afeto (Denham et al., 2000; Hastings et al., 2000).
Diferentes fatores influenciam o desenvolvimento da empatia, destacando-se (a) fatores internos (fatores genéticos, aspectos do desenvolvimento neural e variáveis de temperamento), e (b) fatores externos ou de socialização, como imitação, estilos parentais e relacionamento pais e filho (McDonald & Messinger, 2011), conforme ilustrado na Figura 1.



A resiliência constrói-se. Num ambiente de segurança, o cérebro de alguém que sofreu um trauma regenera-se “muito mais rapidamente do que imaginamos”. 



Mas, atenção, avisa o psiquiatra Boris Cyrulnik:

 

"uma criança que cresce a olhar para ecrãs 
não consegue desenvolver empatia". 

A nossa capacidade de resistência à adversidade – a chamada resiliência – não está inscrita nos genes. Não nascemos com uma determinada predisposição, antes somos moldados pelo ambiente desde o útero materno e pela vida fora, e é isso que nos torna mais ou menos resilientes.

O defensor desta ideia, o neuropsiquiatra francês Boris Cyrulnik – que esteve em Portugal esta semana para fazer uma conferência na Noite das Ideias, iniciativa da Embaixada de França e do Instituto Francês, dia 31 de Janeiro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa – sabe do que fala. Ele próprio é um exemplo de resiliência e tornou-a o tema principal das suas pesquisas e do seu trabalho de toda a vida.



Hoje com 81 anos, este sobrevivente do Holocausto tem trabalhado com pessoas, sobretudo crianças e jovens, que passaram por situações traumáticas. “A resiliência”, diz, “é uma construção constante, é um fenómeno de desenvolvimento e nós desenvolvemo-nos o tempo todo, a nível biológico, psicológico, afetivo, social.”
 E acrescenta, com um sorriso de garoto: “Só paramos de nos desenvolver aos 120 anos. Depois disso, é possível, mas é difícil.”


https://www.publico.pt/2019/02/02/sociedade/noticia/jovens-hoje-desenvolvem-menos-empatia-1860385?fbclid=IwAR15BlakivD9-2cBYxIW0h1lO40HYN1MtiVSzTmkzQPw7eTFse98dwzL_Ss

http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862014000200014

domingo, 10 de janeiro de 2016

A crise de identidade própria da adolescência


"O período da adolescência é marcado por diversos fatores mas, sem dúvida, o mais importante é a tomada de consciência de um novo espaço no mundo, a entrada em uma nova realidade que produz confusão de conceitos e perda de certas referências. O encontro dos iguais no mundo dos diferentes é o que caracteriza a formação dos grupos de adolescentes, que se tornarão lugar de livre expressão e de reestruturação da personalidade, ainda que essa fique por algum tempo sendo coletiva."



"Essa busca do “eu” nos outros na tentativa de obter uma identidade para o seu ego é o que o psicanalista Erik Erikson chamou de “crise de identidade”, o que acarreta angústias, passividade ou revolta, dificuldades de relacionamento inter e intrapessoal, além de conflitos de valores."




 "Para Erikson, o senso de identidade é desenvolvido durante todo o ciclo vital, onde cada indivíduo passa por uma série de períodos desenvolvimentais distintos, havendo tarefas específicas para se enfrentar. A tarefa central de cada período é o desenvolvimento de uma qualidade específica do ego. Para esse autor, dos 13 aos 18 anos a qualidade do ego a ser desenvolvida é a identidade, sendo a principal tarefa adaptar o sentido do eu às mudanças físicas da puberdade, além de desenvolver uma identidade sexual madura, buscar novos valores e fazer uma escolha ocupacional."





Segundo Erikson (1972)
"Em termos psicológicos, a formação da identidade emprega um processo de reflexão e observação simultâneas, um processo que ocorre em todos os níveis do funcionamento mental, pelo qual o indivíduo se julga a si próprio à luz daquilo que percebe ser a maneira como os outros o julgam, em comparação com eles próprios e com uma tipologia que é significativa para eles; enquanto que ele julga a maneira como eles o julgam, à luz do modo como se percebe a si próprio em comparação com os demais e com os tipos que se tornaram importantes para ele. (p.21) Portanto, a construção da identidade é pessoal e social, acontecendo de forma interativa, através de trocas entre o indivíduo e o meio em que está inserido. Esse autor enfatiza, ainda, que a identidade não deve ser vista como algo estático e
imutável, como se fosse uma armadura para a personalidade, mas como algo em constante desenvolvimento."

http://www.sociologia.org.br/tex/pscl36ibes.htm

sábado, 17 de outubro de 2015

Práticas de sucesso na resolução de conflitos


Práticas de sucesso na resolução de conflitos - Telma Vinha 


Conflito é toda opinião divergente ou interpretação contrária a um acontecimento. Nesse sentido, o conflito está socialmente presente em todo tipo de relação e ambientes, assim como na família e na escola.

Contudo, as formas de resolução de conflitos estão a cada dia mais intolerantes, agressivas e, consequentemente, ineficazes. É necessário

reelaborar as estratégias de intervenção, reinterpretando o contexto e repensando as bases nas quais são construídas as relações sociais.