A cada dia, o que era certo parece tornar-se errado e o errado parece tornar-se certo.
Quando alguém se esforça para ser uma pessoa mais dócil e humana, pode-se notar que estranhamente ela passará a ser apelidada de tola ou merecedora de descrédito.
É, na verdade, antagónico e absurdo.
Com frequência, percebemos que a conduta de quebrar regras e desrespeitar normas é objeto de admiração de muitas pessoas.
É perceptível no trabalho, funcionários que seriam maus exemplos, serem "seguidos" ou copiados por outros funcionários.
Quando o comportamento em vez de receber reprovação, recebe admiração e ainda é imitado, torna explícito o absurdo da inversão de valores que vivenciamos.
Se há um programa televisivo, que consiste em observar pessoas a relacionarem-se e a conviver num lugar, isoladamente, percebe-se que alguns personagens optam por um comportamento "rebelde" ou indisciplinado para atrair simpatia, e o pior, obtém sucesso, tornam-se os vencedores. Porque se mostraram "maus", agressivos ou impetuosos atraíram afeto e admiração.
Se, indisciplina e rebeldia geram simpatia, o que pensar dos que prezam a disciplina e subordinação?
Quem aprende a usar a retórica como arma, pode manipular multidões, seja na política, religião e mesmo nos grupos de amizades. A retórica contemporânea está aquém da ética. A palavra não tem nenhuma conotação moral. O que é afirmado hoje pode ser negado amanhã.
Justifica-se assim o individualismo do homem contemporâneo, fechado em si, caracterizando-se como egoísta, afastando-se, inconscientemente desta inversão de valores que predomina nos clãs da sociedade atual.
Estamos num tempo de degradação da moral e ética. Aquele que prega a ética pode ser o mesmo que não a pratica.
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