sábado, 16 de outubro de 2021

Fábrica da Ignorância - Odisseia

 


Porque demorou décadas a admitir oficialmente que o tabaco é perigoso para a saúde? Porque é que parte da população ainda acredita que as alterações climáticas não existem? Porque é que tem sido tão difícil admitir que a mortalidade das abelhas está relacionada com os inseticidas? Nunca o conhecimento científico foi tão vasto, detalhado e partilhado e, no entanto, nunca foi tão questionado como é hoje. É bem conhecido que as indústrias têm interesse em esconder tudo o que possa prejudicar os seus negócios. A sua estratégia baseia-se em promover a ignorância, semear a incerteza no debate público e gerar dúvidas científicas para atrasar ou paralisar qualquer ação política ou cívica. Graças a arquivos inéditos, testemunhos de especialistas e animações gráficas, este documentário mergulha-nos no âmago da ciência da ignorância, reconstruindo os seus mecanismos a partir de exemplos concretos, numa tentativa de compreender o processo como um todo e os seus problemas subjacentes.

La fabrique de l'ignorance.mp4 - Bing video



https://vimeo.com/521430002






quinta-feira, 23 de setembro de 2021

E depois dos 50?



 Os novos 50? A década de ouro? Revisitar, recomeçar e renascer? O que esperamos da segunda metade da nossa vida?


Ao longo dos tempos a sociedade habituou-se a categorizar a população em crianças, jovens, adultos e velhos (mais tarde elegantemente chamados de seniores).

As estatísticas e tradições com que crescemos ensinaram-nos que primeiro tínhamos que estudar, para depois garantir um bom emprego, que na meta idílica dos 60 anos nos garantiria a reforma, chave para os “anos dourados” da velhice.

No entanto, inúmeros factores mudaram radicalmente a percepção e a realidade da terceira ou quarta idade, como preferirem:

• Esperança média de vida aumentou, proporcionando novos horizontes de vida, novas metas no nosso percurso terreno, e é hoje comum termos familiares e entes queridos a ultrapassar, com todas as faculdades mentais, a mítica barreira dos três dígitos;

• Um adulto com 60 anos é hoje um profissional ainda no auge da sua produtividade, atualizado tecnologicamente, com saúde, disposição e muita vontade de concretizar sonhos, que se pudesse trabalharia seguramente mais uns 15 a 20 anos;

• O mercado de trabalho largou ao longo das últimas duas décadas, milhares de pré-reformados, obrigando a reinventar ocupações, hobbies, micro-negócios e mesmo novas profissões e por força de norma rejeita novas contratações para profissionais acima dos 40, considerados “velhos” para as organizações;

• No regresso a casa, após décadas a viver um quotidiano laboral, estas pessoas têm um choque inesperado de rotinas e convivência com o seu cônjuge, e engrossam as filas dos divórcios após os 50’s e criam mais um fenómeno social desconhecido;

• Os sistemas de Segurança Social públicos estão, por regra, falidos, e não garantem mais níveis de segurança razoável, mesmo para quem contribuiu toda uma vida.




Em contradição de maturidade, a quantidade de trintões e quarentões ainda a viver em casa dos pais é gritante, num individualismo consumista e que aumenta e contribui para a de-estruturação do modelo familiar tal como ele era conhecido até hoje. Isto sem falar na geração dos jovens Nem-Nem, que nem estuda nem trabalha.

Na pista rápida estão as famílias dos “teus”, dos “meus” e dos “nossos” em que a mescla de filhos e a logística quase impossível de férias, finais de semana e carros familiares são os pontos fortes, sinais de tempos em que os casamentos deixaram de ser para a vida mas que já se iniciam sabendo que existe uma porta de saída.

Também a clássica geração sanduiche em que ainda tomando conta das crianças já tinha que se ocupar dos progenitores começa a diluir-se, com gerações de avós superactivos, ocupados profissionalmente, viajantes, e que por sua vez, esses sim, tomam conta dos seus progenitores, que, já não tão raramente ultrapassa a antes idílica barreira dos 100.

Posto isto, e estando eu a poucos dias dessa mítica barreira dos 50, todos estes desígnios e planos mais estratégicos são revistos, analisados, ponderados e encapsulados e planos de futuro.

Ponderados os primeiros 50 anos de vida, apenas fui verdadeiramente “útil”, profissionalmente falando, em 60% do tempo. Em resumo, durante 20 anos fui um parasita social.


Olhando para os segundos 50, vamos considerar que voltarei a ser parasita nos mesmos 40%, ou seja, a partir dos 80. Isso significa que tenho, no mínimo, igual número de anos para realizar, concretizar sonhos, projetos, acrescentar valor, doar conhecimento e tempo, enfim, ser ativo. Então de facto, os 50 são a metade da vida. Obviamente que sempre penso em termos médios de expectativas, partindo do principio que terei a graça de Deus de ter saúde pelo menos correspondente à média, com perda gradual mas lenta de algumas faculdades, em alguns casos compensadas com a maturidade, conhecimento, experiência e gestão de expectativas mais ponderada, que tantas vezes me faltaram aos 20, aos 30 e até aos 40.





Sam Walton começou a Wal-Mart aos 44. Gordon Bowker fundou a Starbucks aos 51. Ray Croc começou o McDonald’s aos 52. John Pemberton fundou a Coca Cola aos 55. Roberto Marinho fundou a Rede Globo aos 61. Charles Flint lançou a IBM aos 61.

O regresso aos bancos das Universidades está a ser massivo nestas idades, fenómeno mundial, em busca de recomeços, de profundidade, em busca de continuar a aprender. As atividades de voluntariado, a doação de conhecimento e tempo a terceiros, acrescentar valor, fazer a diferença, retribuir por tantas graças já recebidas.

Imaginem o potencial para uma nova geração de professores, com forte componente de conhecimentos adquiridos, com experiência de vida, com metas cumpridas, disponibilidade de tempo, encontraremos aqui um novo aditivo para o sistema educacional?




Eu por mim, se me deixarem e se ainda souber o meu nome, tenho intenção de trabalhar até aos 110..... Até já.



“Age is an issue of mind over matter. If you don’t mind, it doesn’t matter.”
Mark Twain


https://www.imagensdemarca.pt/artigo/o-que-fazer-depois-dos-50/

terça-feira, 17 de agosto de 2021

A empatia é ensinada a estudantes de 6 A 16 anos nas escolas da Dinamarca



Atualmente classificada como o segundo país mais feliz

do mundo, a Dinamarca frequentemente lidera o Índice 

Mundial de Felicidade, ocupando o primeiro lugar em 

2013 e 2016.

Em um país onde os cuidados com a saúde e a educação 

são gratuitos, e não importa onde você esteja, você 

nunca estará a mais de 52 km do mar, todos são felizes. 

Os dinamarqueses acreditam em amor, amizade e riso. 

Eles são algumas das pessoas mais compassivas do mundo. 

Empatia e fortes sentimentos de afeição um pelo outro 

são valores fundamentais que tornam o reino da Dinamarca 

um lugar próspero de paz.

Em um mundo em que muitos pais abusam excessivamente 

dos filhos e evitam corrigi-los quando agem de maneira 

insensível, os dinamarqueses criaram uma estratégia para 

sustentar sua cultura de amor e cuidado genuíno pela 

raça humana. Eles incorporaram a empatia como um 

valor no currículo nacional padrão, criando meios incríveis

 e criativos para ensinar às crianças o que significa 

entender e compartilhar sentimentos. As crianças também

 são ensinadas a lidar com vários estados emocionais, 

desenvolvendo a capacidade de identificar sentimentos 

que normalmente não entenderiam.




O programa CAT-Kit ( TAC Treinamento 

Afetivo Cognitivo)

O Kit de Treinamento Afetivo Cognitivo foi 

desenvolvido originalmente por psicólogos 

na Dinamarca. É um programa que consiste 

em ferramentas e materiais visuais, 

interativos e personalizáveis ​​que permitem 

que as crianças se comuniquem efetivamente

entre si e com os adultos.

Uma das ferramentas mais populares no 

kit CAT é o Measure, uma imitação de 

um termômetro com níveis de 0 a 10. 


As crianças podem usá-lo para medir a 

intensidade de seus sentimentos sem precisar

 explicar verbalmente. Quando conseguem 

entender o conceito e a profundidade 

dessas emoções, podem identificá-las em

 outras crianças. O kit CAT tornou-se popular 

além das margens da Dinamarca e é uma das 

ferramentas mais úteis para ensinar 

empatia e compaixão.

A ferramenta Sentimentos consiste em 100 

diferentes rostos expressivos que representam 

humores em 10 categorias diferentes – 

alegria, tristeza, medo, amor, raiva, orgulho,

 vergonha, surpresa, segurança e nojo. 

As crianças podem usar os cartões de 

figuras certos para descrever exatamente 

como estão se sentindo no momento, 

sem subestimar ou exagerar suas emoções.

A ferramenta Círculos permite que as 

crianças descrevam seus relacionamentos

 com amigos e familiares. Elas também podem

 retransmitir seu apego aos seus interesses

 e hobbies com esta ferramenta. Outras 

ferramentas incluem o corpo, a roda, os 

check-ins, o ano, a semana, o dia e a paleta

 de comportamentos.



O programa passo a passo

Todas as crianças em idade escolar da 

Dinamarca participam de um programa 

obrigatório que envolve a articulação 

de seus sentimentos a partir das expressões 

faciais das crianças na foto. As crianças 

recebem cartões de outras crianças que podem

 expressar qualquer emoção, de frustração e 

culpa a tristeza e medo. Elas são obrigadas

 a discutir essas emoções, colocando em

 palavras o que a outra criança pode 

estar sentindo. Elas são ensinadas a evitar 

julgamentos ou insensibilidade aos sentimentos

 de outras pessoas. É mais fácil pensar 

em maneiras divertidas de fazê-las sorrir novamente.



Aprendizado cooperativo

De acordo com uma revisão dos programas 

dinamarqueses de felicidade de Jessica Alexander

, da CPH, o aprendizado cooperativo é uma das

 estratégias mais poderosas do sistema. 

Os professores são obrigados a agrupar crianças

 de diferentes pontos fortes e fracos.

Por exemplo, crianças que são excepcionalmente

 boas em certos assuntos são agrupadas com 

outras que não são tão fortes nessas áreas.

 Nas aulas de ginástica, as crianças mais 

enérgicas podem ser agrupadas com as 

menos ativas, enquanto nos debates os 

extrovertidos são agrupados com os introvertidos.

 O gênio da matemática pode ser o wallflower

 no futebol, e o atleta pode se perder na química. 

Todo mundo tem seus pontos fortes e fracos.


A aprendizagem cooperativa permite que 

as crianças se capacitem e se motivem. 

Elas aprendem a importância do trabalho

 em equipe e o respeito pelas habilidades

 umas das outras. Aquelas que são melhores

 em alguma coisa são treinadas para treinar 

os outros com bondade e amor. 

Elas melhoram suas habilidades e aprendem

 empatia ao interagir com as pessoas ao 

seu redor.



Fundação Mary

O bullying é um problema que tem penetrado

 profundamente nos sistemas educacionais de

 todo o mundo, criando um problema para

 o qual ninguém parece ter uma solução 

definitiva. A Fundação Mary na Dinamarca,

 em homenagem à princesa Maria da Dinamarca,

 administra um programa anti-bullying para 

crianças entre três e oito anos de idade. 

As crianças discutem os males do bullying 

e como isso afetaria negativamente suas

 vidas. Elas aprendem o quanto é importante

 nunca se provocar e ser sempre sensíveis

 aos sentimentos de outras pessoas.

Outros países devem seguir a linha da Dinamarca

O amor faz o mundo girar. Dezenas de nações

 gastam bilhões em campanhas para 

promover a paz mundial, mas ela poderia ser 

alcançada de maneira barata, começando 

no nível básico com os pequenos cidadãos.




Se todo mundo fosse ensinado a ter empatia

 com os sentimentos de outras pessoas, 

o mundo não seria tão machucado como hoje. 

Todo mundo que cometeu um crime violento

 contra uma pessoa ou uma nação ja foi uma

 criança inocente. Aos três anos de idade,

 elas podem ter compartilhado a água ou

os lanches com outra criança. Se ao menos

 elas fossem treinadas para reter essa

doçura e carinho por outras pessoas.



Ainda há uma chance. Cuidar de crianças 

com empatia contribui para adultos

 bem-sucedidos, mentalmente estáveis ​​e 

emocionalmente capazes. Elas aprendem

 a ser sensíveis aos sentimentos dos 

outros e a interagir com confiança na 

sociedade. Outros sistemas educacionais 

ao redor do mundo podem incorporar 

esses métodos dinamarqueses e também

 criar novos meios para ensinar as crianças

 a serem perspicazes e generosas entre si.



Segundo Stephen Pinker, “a natureza humana 

é complexa. Mesmo que tenhamos inclinação

 para a violência, também temos tendência

 à empatia, à cooperação e ao autocontrole. ”

Adaptado do site Family life goals


Bullying & cyberbullying: desafio aos candidatos autárquicos

 

Bullying & cyberbullying

desafio aos candidatos autárquicos

Desafiamos todos os candidatos às eleições autárquicas a incluir nos seus programas eleitorais a criação e desenvolvimento de Estratégias Municipais de Prevenção e Combate ao Bullying e Cyberbullying.

A poucos dias das eleições autárquicas e quando se fala sobre a municipalização da educação, à falta de uma Estratégia Nacional de Prevenção e Combate ao Bullying & Cyberbullying, parece-nos oportuno alertar para o papel das autarquias locais neste domínio.

Prevenir e combater os comportamentos de bullying e cyberbullying deve ser um trabalho diário e permanente em todas as escolas e, cada vez mais, noutros contextos, envolvendo não só todos os membros da comunidade educativa, mas também as autarquias e outras forças da sociedade civil. 

A prevenção, intervenção e combate ao bullying e cyberbullying não pode continuar a ser vista como algo esporádico e limitado no tempo, realizado apenas em contexto escolar e mediante projetos avulsos sem continuidade temporal e dependente de financiamento comunitário. De facto, a investigação mostra que os índices de bullying baixam substancialmente se existir uma visão sistémica e holística do fenómeno, materializando-se em iniciativas realizadas ao longo do ano e onde exista um compromisso e envolvimento proativo de toda a comunidade.


Face ao exposto, desafiamos todos os candidatos às eleições autárquicas a incluir nos seus programas eleitorais a criação e desenvolvimento de Estratégias Municipais de Prevenção e Combate ao Bullying e Cyberbullying que se materializem nas seguintes medidas, entre outras:

  • Criação de equipas multidisciplinares de elaboração, implementação e acompanhamento da Estratégia;
  • Criação de um Observatório Municipal do Bullying e Cyberbullying;
  • Promoção e incentivo à investigação sobre o bullying e cyberbullying;
  • Adoção de uma definição clara de bullying e cyberbullying a nível municipal;
  • Diagnóstico dos índices de bullying e cyberbullying a nível concelhio e em cada escola/agrupamento de escolas.
  • Apoio e incentivo à adoção de programas de prevenção, identificação, intervenção e combate ao bullying e ao cyberbullying em contexto escolar e comunitário;
  • Oferta de programas de formação de curta, média e longa duração;
  • Criação do Dia Municipal de Prevenção e Combate ao Bullying e ao Cyberbullying (20 de Outubro);
  • Criação, gestão e divulgação de uma linha municipal de aconselhamento para casos de bullying e cyberbullying;
  • Apoiar e incentivar a criação de manuais de boas-vindas nas escolas e agrupamentos de escolas do Município;
  • Adoção de formulário de denúncia para casos de bullying e cyberbullying;
  • Apoiar a implementação de políticas e códigos de conduta e procedimentos sobre como lidar com o bullying e o cyberbullying;
                                      

A criação e adoção de uma Estratégia Municipal de Prevenção e Combate ao Bullying e Cyberbullying sinalizará a todo o concelho que, mais do que palavras e promessas de ocasião em período eleitoral, as candidaturas encaram o tema com seriedade, assumindo a liderança política que deles se espera caso sejam eleitos.


https://www.publico.pt/2021/08/03/opiniao/opiniao/bullying-cyberbullying-desafio-candidatos-autarquicos-1972859

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Definição do ser humano em poucas palavras - A EQUAÇÃO DE AL-KHAWARIZMI

 


A EQUAÇÃO DE AL-KHAWARIZMI


Considerado o fundador da Álgebra, Al-Khawarizmi, matemático, astrónomo, astrólogo, geógrafo e autor persa do séc. IX d.C. foi talvez quem melhor definiu em poucas palavras o ser humano.

Perguntaram ao grande matemático árabe Al Khawarizmi sobre o ser humano e ele respondeu:

- Se tiver Ética, ele é 1
- Se também for Inteligente, acrescente 0 e será 10
- Se também for Rico, acrescente mais um 0 e será 100
- Se também for Belo, acrescente mais um 0 e será 1000

Mas... se perder o 1, que corresponde à Ética, então perderá todo o seu valor e restarão apenas os zeros.