Os rankings que são disponibilizados pelos media habitualmente hierarquizam as escolas de acordo com as médias dos exames nacionais. Embora, nos últimos anos, se tenham vindo a integrar variáveis de contexto, esta seriação de escolas compara, por vezes, o que não é comparável e oferece um retrato bastante parcelar do trabalho desenvolvido.
"... HÁ MAIS TRABALHO NAS ESCOLAS que não tem sido valorizado e que os rankings não mostram. Trabalho que é essencial para o cumprimento da missão da educação:
1. Inclusão: há escolas que se destacam pelo trabalho absolutamente notável que fazem com alunos com deficiência, valorizando-os e incluindo-os.
2. Mobilidade social: a pobreza ainda é o principal preditor de insucesso, mas há escolas que se destacam por garantir que a correlação entre nível socioeconómico das famílias e resultados escolares não é tão forte.
3. Educação humanista: se os melhores resultados não estiverem associados ao desenvolvimento de um perfil que leva os alunos a colocar os seus conhecimentos ao serviço da construção de uma melhor sociedade, a escola não está a formar bem. Há escolas que desenvolvem um trabalho admirável na promoção de projetos de cidadania, serviço social, trabalho cooperativo. Um 17 a biologia de quem não considera os outros vale menos do que um 15 de um aluno respeitador e solidário.
4. Formação artística e desporto: há escolas que deixam florescer talentos artísticos, que promovem um trabalho notável na promoção da saúde e do desporto. Estas são áreas fundamentais na estruturação dos indivíduos e para as quais não temos ainda indicadores."
https://ionline.sapo.pt/artigo/538793/o-que-os-rankings-nao-mostram?seccao=Opiniao_i
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